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Após debate com Trump, ‘New York Times’ defende saída de Biden da disputa

Em editorial, veículo criticou a performance do presidente dos Estados Unidos e alertou para os perigos da volta ao poder do republicano

Por Da Redação Atualizado em 29 jun 2024, 11h59 - Publicado em 29 jun 2024, 11h37

O desempenho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no debate em que enfrentou Donald Trump, na noite de quinta-feira 27, provocou reações negativas nos principais veículos de imprensa do país. Em editorial publicado na noite de sexta-feira 28, o The New York Times pediu que Biden desista de concorrer à reeleição, posicionamento feito também pelo The Wall Street Journal e pelo Financial Times, além da revista Time e da publicação inglesa The Economist

Nos textos publicados, que refletem o posicionamento desses veículos sobre o tema, foram feitos alertas sobre uma eventual vitória de Trump e as consequências que seu retorno à Casa Branca traria para a democracia. Em seu primeiro embate direto contra o adversário eleitoral, Biden encontrou dificuldades para finalizar suas sentenças e concluir o raciocínio, jogando os holofotes sobre sua idade avançada.

Aos 81 anos, caso consiga um novo mandato, o atual presidente americano deixaria o poder com 86 anos. A preocupação é que novos episódios como esse se repitam nas próximas semanas, desgastando cada vez mais sua imagem em relação a Trump, de 78 anos. As eleições no país estão marcadas para o dia 5 de novembro. 

Para o New York Times, Biden performou no debate “à sombra de um grande servidor público” e de “um presidente admirável que já foi”. E “mais de uma vez, teve dificuldade para chegar ao fim de uma frase”. Segundo a publicação, o presidente “já não é o homem que era há quatro anos”, quando derrotou Trump, que representa “um perigo para a democracia dos Estados Unidos”.

Já o The Wall Street Journal pontuou que Biden “claramente não está preparado para mais quatro anos” na Casa Branca, e pediu que ele desistisse. “Foi claramente um ato egoísta da parte dele buscar um segundo mandato. Mas será que eles realmente pensaram que poderiam esconder o seu declínio do público durante toda uma campanha eleitoral?”, escreveu o veículo. 

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O Financial Times, por sua vez, destaca que Biden “derrotou Trump em 2020 e exerceu uma presidência que impulsionou algumas das medidas legislativas mais substanciais dos últimos tempos”. Segundo o veículo, “a história se lembrará dele por essas conquistas”. “Mas agora ele parece demasiado frágil para prosseguir a sua missão de derrotar Trump pela segunda vez. Os debates podem influenciar as eleições, e este pode ser o momento em que a esperança foi perdida”, completa o veículo.

A revista Time levou o presidente americano para sua capa, com um fundo vermelho em que Biden caminha para fora das bordas, e uma única palavra: “Pânico”. Também foi publicada reportagem sobre o desempenho ruim dele no debate. Já a The Economist destacou, no título do seu texto, que o mandatário “deverá agora dar lugar a um candidato alternativo” e destaca que ele esteve “atordoado” e foi “incoerente” durante o enfrentamento com Trump. 

Pouco depois do debate, políticos locais também já haviam se manifestado nesse sentido, como a ex-primeira-dama da Califórnia, Maria Shriver, e a ex-senadora do Missouri Claire McCaskill. Até o momento, contudo, não foram dados sinais claros, por parte da campanha do presidente, de que Biden deixará a disputa.

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