Após debate, Kamala amplia vantagem contra Trump em pesquisa
Sondagem da Reuters com Ipsos, divulgada nesta quinta-feira, 12, indicou que a democrata aparece com 47% das intenções de voto, contra 42% do republicano
Dois dias após o debate eleitoral nos Estados Unidos, a vice-presidente Kamala Harris parece ter alargado a distância do ex-presidente Donald Trump.
Uma pesquisa da agência de notícias Reuters com a Ipsos, divulgada nesta quinta-feira, 12, indicou que a democrata aparece com 47% das intenções de voto, contra 42% do republicano.
Aos que estiveram antenados no embate, sediado pela emissora americana ABC News, 53% afirmaram que Kamala despontou como a grande vencedora. O percentual cai, e muito, entre aqueles que acreditam no triunfo de Trump, com 24%. Mais da metade dos entrevistados (52%) disse que o ex-presidente caiu em armadilhas criadas pela rival e não pareceu afiado. Apenas 21% deles pensam o mesmo de Harris.
A diferença entre os dois também se mostra presente no apoio das suas bases, com a vice de Joe Biden mais popular no próprio partido. Entre os republicanos, 53% concluíram que Trump derrotou a concorrente no debate, 14% sustentaram que Kamala saiu vencedora e 31% afirmaram que não há um campeão claro. Em contrapartida, 91% dos democratas declararam que Kamala foi a ganhadora.
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“Integridade” de Kamala
Cerca de 52% dos eleitores familiarizados com o debate disseram que Harris “deu a impressão de ter maior integridade moral”, em comparação com 29% que disseram o mesmo de Trump. Além disso, nove em cada dez dos entrevistados ouviram pelo menos algo sobre o debate, enquanto 44% relataram ter acompanhado muito.
A respeito das propostas, 49% disseram que Kamala “parecia alguém que me ouviria e entenderia minhas preocupações”, em relação a 18% dos apoiadores do republicano. A pesquisa entrevistou 1.690 adultos dos EUA em todo o país, com 1.405 eleitores registrados. Há margem de erro de 3 pontos percentuais.
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O debate
No embate, ocorrido na última terça-feira, os gestos e expressões dos dois candidatos chamaram a atenção. Kamala sorriu o tempo todo, balançando a cabeça como quem diz que não, em gesto de incredulidade, enquanto ele falava. Manteve sua postura calma e controlada, fugindo menos de respostas do que ele e construindo réplicas eficazes.
Já Trump ficou de cara fechada o tempo todo e não olhou para a rival enquanto ela falava. Além disso, se irritou com as zombarias da democrata, que o cutucou, por exemplo, ao dizer que o público fica “entediado” e sai mais cedo de seus comícios. Apesar de tudo, nenhum dos dois fez algo que era muito esperado do debate: detalhar políticas, mais especificamente na área da economia, questão mais importante para os eleitores americanos.
O ex-presidente também voltou a afirmar que não acredita ter perdido as eleições em 2020, quando Biden o derrotou. Segundo ele “há muitas provas” de que, na época, conseguiu 75 milhões de votos, que lhe dariam a vitória. “Perdemos porque nenhuma corte aceitou considerar nossos casos”, disparou, sendo corrigido pelos moderadores, que lembraram das dezenas de processos em diversos estados americanos que foram avaliados.
Kamala, irônica, usou o slogan do antigo reality do bilionário, O Aprendiz, para dizer: “Donald Trump foi demitido por 81 milhões de pessoas (em 2020). Sua capacidade mental está em questão, ele não consegue nem apreender fatos”.