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Após disparada de preços, Milei ameaça manifestantes com ‘sanções severas’

Protestos de desempregados e de movimentos sociais ameaçam tomar as ruas do país; Valores de certos produtos dobram devido a medidas econômicas

Por Da Redação
14 dez 2023, 15h15

Em meio à disparada de preços na Argentina, após a desvalorização do peso pelo novo governo, o porta-voz de Javier Milei, Manoel Ardoni, disse nesta quarta-feira, 14, que o presidente planeja aplicar “sanções severas” contra manifestantes que obstruírem as ruas do país. Um comunicado à ministra da Segurança, Patricia Bullrich, informou que o plano “inclui quem bloqueia, quem transporta, quem organiza e quem financia” os protestos.

Terceira colocada na corrida à Casa Rosada, Bullrich anunciará ainda nesta quinta-feira um “protocolo para a manutenção da ordem pública”, que tem como base a “instrução do presidente [Milei] e contemplando o conceito de ‘dentro da lei tudo, fora da lei nada’.”

Os protestos são planejados por líderes sindicais e por organizações como o Polo Obrero, integrado por trabalhadores desempregados e de baixa renda. A próxima manifestação contra Milei está prevista para quarta-feira da semana que vem, data que marca os 22 anos de queixas contra a crise econômica e social que assola o país.

+ Governo Milei desvaloriza peso, cancela obras públicas e reduz subsídios

Os planos de Milei

Nos primeiros dias de mandato, o governo Milei anunciou a desvalorização do peso argentino frente ao dólar, aumentando o valor oficial de conversão de 365 para 800 pesos, e o cancelamento da licitação de obras públicas que ainda não tiveram início.

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O número de ministérios também foi reduzido, de 18 para 9, bem como o de secretarias, de 106 para 54. Além disso, os subsídios federais repassados às províncias sofreram cortes, enquanto a publicidade governamental foi suspensa por um ano.

+ Mergulhados em crise, argentinos devem fazer Florianópolis perder turistas

Disparada de preços

Em reflexo às duras determinações, os preços do mercado argentino sofreram uma escalada imediata. Nas passagens aéreas internacionais, os custos dobraram; na carne, aumentaram em 40%. Embora aprovada por parte dos economistas, a iniciativa foi amplamente criticada por movimentos sociais.

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O ministro da Economia, Luis Caputo informou ainda que cerco inicial anti-inflação é apenas um “pano de fundo”, e acrescentou que as próximas medidas serão “realmente profundas”. O Fundo Monetário Internacional (FMI), a quem a Argentina deve US$ 44 bilhões, aplaudiu a iniciativa da administração ultraliberal. 

“Encontramos um paciente na UTI prestes a morrer. Não estamos dispostos a deixá-lo morrer”, afirmou o porta-voz Ardoni, em referência à economia argentina. “Precisamos de credibilidade [internacional] e não vamos consegui-la gastando mais do que temos. Isso é inegociável.”

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