Após flexibilização de quarentena, casos de Covid-19 dobram na Índia
Em duas semanas, mais 30.861 indianos são contaminados, elevando o total para 49.400; número de mortos começa a ultrapassar 100 por dia
Duas semanas após ter flexibilizado a quarentena, a Índia registrou um aumento significativo no número de casos e mortes por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Do dia 20 de abril até esta quarta-feira, 6, foram diagnosticados novos 30.861 infectados, elevando o número total a 49.400. Já as mortes diárias, que antes não passavam de 100 a cada 24 horas, tiveram seu pico na segunda-feira 4, com 175 óbitos registrados.
Na segunda-feira, a cidade de Nova Delhi começou a relaxar as restrições, permitindo o tráfego de pessoas somente entre as 7h e as 19h. Junto de Mumbai, a capital é um dos principais focos da doença no país.
Segundo o jornal The New York Times, as ruas de Nova Delhi voltaram a lotar de pessoas, que apesar de andarem com máscaras, como é requerido, as usam no queixo, deixando nariz e bocas expostos ao vírus.
Com mais pessoas nas ruas, o tempo que demorava para os casos de Covid-19 dobrarem no país caiu de cerca de 12 dias, para apenas nove. O número, porém, está distante dos cerca de três dias da média global.
A quarentena durou por um mês no país. O governo anunciou pacotes de ajuda para a aliviar a vasta população que vive abaixo da linha da pobreza. Na época em que decretou o confinamento no país, o primeiro-ministro, Narendra Modi, alertou que as próximas gerações estariam condenadas se o governo não manejasse a economia corretamente durante a crise. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o crescimento do país não será negativo em 2020, apenas irá desacelerar, de 4,2% em 2019, para 1,9%.
Apesar de o vírus ter surgido na Ásia, a Europa e as Américas foram os continentes mais atingidos pela doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o continente americano registra 1.507.148 casos, enquanto a Europa, 1.593.828. No mundo, a OMS contabiliza 3.588.773 infectados e cerca de 247.000 mortos.