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Após pressão, Joe Biden desiste de candidatura à reeleição nos EUA

Presidente democrata vinha cometendo atos falhos em discursos e sendo criticado por manter campanha

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Camila Pati Atualizado em 21 jul 2024, 16h21 - Publicado em 21 jul 2024, 15h07

O atual presidente dos Estados Unidos e até então candidato à reeleição Joe Biden anunciou na tarde deste domingo, 21, que está deixando a corrida presidencial em meio a críticas sobre seu desempenho e atos falhos em discursos. O anúncio foi feito na plataforma X, antigo Twitter, por meio de uma carta onde cita avanços de seu governo. Além de fazer agradecimentos à vice-presidente Kamala Harris no comunicado, Biden fez um post no qual torna público seu apoio para que ela seja escolhida como candidata à presidência do país pelo partido Democrata.

Em carta direcionada aos americanos, Biden destacou os progressos na área econômica, com investimentos para reconstrução nacional e expansão de programas na área de saúde, além dos esforços para conter os danos da pandemia de Covid-19 e da crise financeira que classificou como a pior desde a Crise de 1929.

Em tom de despedida, ele disse que foi uma “grande honra servir como presidente” e afirmou que era sua intenção continuar na corrida pela reeleição, mas que não seria possível seguir.

https://x.com/JoeBiden/status/1815080881981190320/photo/1

“Acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu desista e mantenha meu foco apenas no cumprimento dos meus deveres como presidente”, diz trecho do comunicado.

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Biden disse ainda que, ainda nesta semana, vai fazer um comunicado à nação para explicar sua decisão, mas não informou o dia exato de seu pronunciamento.

No comunicado, ele expressou profunda gratidão por todos que trabalharam em sua campanha pela reeleição e destacou um agradecimento especial à vice-presidente Kamala Harris, quem vinha sendo sondada como possível candidata diante da pressão pela desistência do presidente americano.

Pressão por desistência

Nos últimos dias, à medida que cresciam os apelos para que Joe Biden, de 81 anos, retirasse sua candidatura e fosse substituído por outro nome nas eleições de 5 de novembro, o democrata vinha rejeitando a ideia chegando a dizer que as pesquisas não indicavam que ele fosse incapaz de vencer o candidato republicano Donald Trump.

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A pressão se avolumava em meio a lapsos de memória, atos falhos e gafes cometidas em eventos públicos, algo que vinha sendo usado como munição por adversários. No primeiro debate com Trump, no fim de junho, seu desempenho foi classificado como desastroso, tendo em vista que apresentou frases desconexas, gagueira e um olhar perdido, conjunto que reduziu sua credibilidade e potencial para continuar no cargo por mais quatro anos. Neste mês, Biden chegou a confundir o nome de Kamala, sua vice, com o do seu então rival.

Embora ciente das críticas, continuou na disputa por mais alguns dias e não demonstrava que desistiria. Na quarta-feira 17, à BET News, Biden havia dito que só consideraria sair da disputa presidencial caso algum diagnóstico médico o exigisse, dizendo que seus médicos não haviam recomendado isso.

Mesmo assim, começou a demonstrar maior abertura aos argumentos de que era hora de abandonar sua candidatura à reeleição, segundo fontes do partido democrata.

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Pesquisas sobre a corrida eleitoral nos EUA

Uma pesquisa da CBS News apontou que apenas 28% dos eleitores acham que Biden tem a saúde mental e cognitiva para servir mais um mandato como presidente, enquanto quase metade dos eleitores concordou que Trump teria a capacidade física e mental para assumir o cargo.

Em relação ao desempenho na corrida eleitoral, algumas das pesquisas recentes, como o levantamento da CBS News/YouGov, mostraram que Trump lidera em sete estados. Outra pesquisa do New York Times/Siena College mostrou que Biden estava atrás de Trump na Pensilvânia e liderando por pouco na Virgínia. Em 2020, o presidente venceu nesse estado por dez pontos.

Uma nova pesquisa da Reuters/Ipsos mostrou também que as intenções de voto pouco mudaram desde o comício eleitoral de Trump na Pensilvânia, com o ex-presidente à frente por dois pontos percentuais.

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