Depois de mais de cem mil poloneses irem às ruas, no último domingo, 10, em apoio à União Europeia, em mais de cem cidades da Polônia, o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki negou que um ‘Polexit’ vai acontecer, e afirmou que as notícias são “fake news” da oposição. Jacek Sasin, membro do governo, também chamou a ideia de “invenção de uma oposição fraca que não tem outras ideias”.
O temor começou a ser sentido pelos poloneses, na quinta-feira, 7, quando o governo decidiu que partes da lei da UE são incompatíveis com a constituição do país. A tensão entre Bruxelas e Varsóvia já existe desde 2015, quando o partido de direita, PiS, assumiu o poder no país. Eles afirmam que o bloco de 27 membros precisa de ajustes.
Em uma rede social, Morawiecki publicou: “ A União é uma comunidade séria demais para ser levada ao reino das histórias justas…É um lugar de benefícios mútuos, mas também de desafios reais para todas as nações da União.” Dessa forma, quis ressaltar que o contrato com a União Europeia permanece em vigor.
Durante os protestos de domingo, a polícia de Varsóvia deteu quatro pessoas, incluindo um sobrinho de Morawiecki. Franek Broda, 18 anos, é crítico do governo e ativista dos direitos LGBT, e afirmou que a polícia chutou ele enquanto estava detido. Dezenas de pessoas também foram multadas por acender sinalizadores e obstruir o trânsito durante o protesto.
As divergências do PiS com a UE são sobretudo por direitos LGBTQIA+, e vai até independência judicial. O Tribunal de Justiça Europeu decidiu em março que os novos regulamentos da Polônia para nomear juízes para a Suprema Corte poderiam violar a lei da UE e ordenou que Varsóvia os suspendesse, fazendo com que o primeiro ministro questionasse o poder da União sobre o judiciário do país.
De acordo com pesquisas, cerca de 80% dos poloneses são favoráveis à permanência no bloco.