Após protestos violentos, presidente da Nicarágua revoga lei de reformas
Pelo menos 27 pessoas morreram em enfrentamentos com as forças de segurança nacionais
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, revogou neste domingo a reforma da previdência que desencadeou uma onda de protestos, matando pelo menos 27 pessoas, segundo dados de organizações de defesa dos direitos humanos no país.
Em uma mensagem transmitida pela televisão, ele se dirigiu à população para pedir a todos que deixem de lado diferenças políticas e ideológicas e busquem uma solução negociada para a crise.
O Conselho Diretor do Instituto Nicaraguense de Seguridade Social (INSS) concordou em revogar as duas resoluções que serviram como “estopim para que se iniciasse esta situação”, disse o presidente.
Esse é o maior desafio de Ortega desde 2016, quando conquistou o terceiro mandato presidencial consecutivo. O líder da Revolução Sandinista – que, em 1979, derrubou a ditadura de Anastásio Somoza e ainda é chamado de comandante – mandou reprimir os protestos.
Mas, diante da escalada da violência, foi obrigado a voltar atrás. Um jornalista morreu no sábado com um tiro na cabeça, enquanto cobria as manifestações.
Neste domingo, Ortega se reuniu com empresários, que pediram o estabelecimento da paz. Os protestos foram provocados pela decisão do governo de reduzir em 5% as pensões e aumentar as contribuições de empresas e trabalhadores para a previdência.
A reforma previdenciária deveria ser colocada em vigor em julho. Na mensagem de hoje, Ortega citou o papa Francisco, que também fez um apelo pelo reestabelecimento da paz no pequeno país centro-americano.
Organizações de defesa dos direitos humanos responsabilizaram as forças de segurança pela violência.
(Com EFE e Agência Brasil)