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Após quatro anos, governo Lula anuncia retorno do Brasil à Unasul

País ficou fora da União das Nações Sul-Americanas, criada em 2008, durante o governo Bolsonaro. Argentina também voltará a integrar o bloco

Por Da Redação
7 abr 2023, 10h40

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta sexta-feira, 7, o retorno do Brasil à União das Nações Sul-Americanas (Unasul). Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a medida faz parte da agenda de retomada de suas principais alianças internacionais.

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A Unasul foi fundada em 2008, no segundo governo Lula, a partir de um Tratado Constitutivo assinado pelos governos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. Os países da região sul-americana eram governados majoritariamente por presidentes de esquerda, como a argentina Cristina Kirchner, o venezuelano Hugo Chávez e a chilena Michelle Bachelet.

Quando a Unasul foi criada, Lula destacou que o organismo buscaria maior integração entre os países sul-americanos e a superação de divergências locais. Desde então, alguns países se retiraram da Unasul, principalmente em função de divergências políticas. A saída do Brasil ocorreu em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a criação de um novo fórum composto por países da sul-americanos, o Prosul.

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Na época, Bolsonaro disse que o grupo vivia uma “prolongada crise”. O Prosul, por sua vez, foi fundado por governantes sul-americanos mais alinhados à direita, entre eles Mauricio Macri, da Argentina, Iván Duque Márquez, da Colômbia, e Sebastián Piñera, do Chile. Na prática, também serviu para os países isolarem a Venezuela, governada por Nicolás Maduro, já que seus integrantes apoiavam o autodeclarado presidente venezuelano, Juan Guaidó.

Assim como o Brasil, a Argentina também anunciou que irá voltar ao bloco original, que atualmente tem como membros Bolívia, Guiana, Suriname e Venezuela, além do Peru, que se encontra suspenso.

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“Por decisão soberana, a Argentina volta à Unasul como Estado-Membro para promover sua revitalização institucional e construir uma região cada vez mais integrada. Isto é o que determinou o presidente Alberto Fernández, e eu comuniquei isso aos chanceleres dos Estados-Membros”, publicou o chanceler argentino Santiago Cafiero nas redes sociais.

Lula e Fernández são aliados políticos e têm defendido maior integração entre os países da América do Sul, além do fortalecimento do bloco do Mercosul, que também conta com Paraguai e Uruguai. Como em 2008, muitos das nações que compõem a região voltaram a ser governadas pela esquerda.

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O objetivo da Unasul, segundo o Itamaraty, é fomentar a integração entre os países sul-americanos, em um modelo que busca integrar as duas uniões aduaneiras do continente, o Mercosul (Mercado Comum do Sul) e a CAN (Comunidade Andina), mas indo além da esfera econômica, para atingir outras áreas de interesse, como social, cultural, científico-tecnológica e política.

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