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Ethiopian Airlines e governo chinês vetam modelo de avião após quedas

Acidente deste domingo foi o segundo, em menos de 6 meses, envolvendo aeronaves Boeing 737 Max 8 com queda logo após a decolagem

Por Redação Atualizado em 30 jul 2020, 19h53 - Publicado em 11 mar 2019, 01h26

O órgão que administra a aviação civil na China ordenou que todos os Boeing 737 Max 8 operados por companhias aéreas do país aterrissem até o fim da tarde desta segunda-feira, 11. Há 96 aeronaves desse modelo em operação no país.

A decisão foi tomada após a queda de um 737 Max 8 da Ethiopian Airlines que deixou 157 pessoas mortas perto do aeroporto de Bole, na Etiópia, neste domingo, 10. Horas depois do anúncio do governo chinês, a própria companhia aérea etíope anunciou a suspensão do uso do modelo de aeronave.

A ordem deverá se cumprida pelas companhias aéreas chinesas até as 18h desta segunda (manhã de terça pelo horário de Brasília), e não há previsão para que os 737 Max 8 sejam liberados para voltar a voar.

O órgão regulador justificou a decisão por ter observado similaridades entre o acidente na Etiópia e o desastre com um Boeing 737 Max 8 da indonésia Lion Air em outubro. Na ocasião, 189 pessoas morreram em circunstâncias parecidas às do caso etíope: a aeronave caiu no Mar de Java logo após a decolagem do aeroporto de Jacarta.

Segurança do Boeing 737 Max é questionada

O acidente provocou novos questionamentos sobre a segurança de um modelo que é crucial para os planos da gigante da aviação americana.

Apenas os dados de voo e as caixas-pretas da aeronave poderão indicar o que causou o desastre deste domingo, se foram problemas técnicos, erro do piloto ou uma combinação de fatores.

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Durante o voo, o piloto do Boeing reportou “dificuldades” e pediu para retornar ao aeroporto internacional de Bole, na capital etíope, disse à imprensa o presidente da companhia aérea, Tewolde GebreMariam.

“O piloto mencionou que tinha dificuldades e que queria regressar”, e os controladores autorizaram-no a dar meia-volta e retornar para Adis-Abeba, declarou GebreMariam em entrevista coletiva. As condições climáticas na capital da Etiópia eram boas no momento do voo.

Enquanto o especialista do Teal Group Richard Aboulafia afirmou que “é muito cedo para fazer algum comentário significativo”, outro analista destacou as semelhanças entre os dois acidentes.

“Foi o mesmo avião. Assim como o da Lion Air, o acidente da Ethiopian ocorreu logo após a decolagem, e os pilotos reportaram problemas. As semelhanças são claras”, assinalou o especialista aeroespacial, que pediu para não ser identificado.

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O especialista em aviação Michel Merluzeau apontou que “estas são as únicas semelhanças, e a comparação para aí, já que não temos nenhuma outra informação confiável até o momento”.

Desde o acidente da Lion Air, o 737 Max enfrenta ceticismo por parte da comunidade aeroespacial. O programa apresentou problemas ainda na fase de desenvolvimento.

Em maio de 2017, a Boeing interrompeu os testes de voo dos 737 Max devido a problemas de qualidade do motor produzido pela CFM International, empresa de propriedade conjunta da Safran Aircraft Engines e GE Aviation.

O último acidente representa um grande golpe para a Boeing, cujos aviões Max são a última versão do 737, sua aeronave mais vendida de todos os tempos, com mais de 10 mil aparelhos produzidos.

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“A Max é uma linha muito importante para a Boing na próxima década. Representa 64% da produção da empresa até 2032, e tem margens operacionais significativas”, assinalou Merluzeau, destacando que as próximas 24 horas serão fundamentais para que a Boeing administre a crise com os viajantes e investidores preocupados com a segurança de seu avião.

A fabricante divulgou estar “profundamente entristecida” com o acidente da Ethiopian Airlines, e acrescentou que uma equipe técnica auxiliará nas investigações.

O especialista que pediu anonimato indicou que a Boeing deverá enfrentar uma reação negativa dos mercados, mas que o prejuízo será limitado para o grupo, concorrente da Airbus.

(Com AFP e Estadão Conteúdo)

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