Após reforma da Previdência, Macron é recebido com vaias por multidão
Presidente disse entender descontentamento da população, 'mas o país deve seguir em frente'
O presidente da França, Emmanuel Macron, foi recebido com vaias por manifestantes em sua primeira aparição pública desde que sancionou um impopular aumento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. A aparição aconteceu do lado de fora de uma fábrica na região da Alsácia, nesta quarta-feira, 19.
Macron se deparou com faixas hostis e manifestantes batendo panelas. Trabalhadores sindicalizados cortaram brevemente a energia elétrica dentro da fábrica.
Ele também chegou a caminhar no meio da multidão ao som de gritos de “Macron, renuncie!”. Um dos homens no protesto disse a ele: “Não queremos essa pensão (reforma), o que você não entende?”. Outro manifestante disse que ele estava liderando um governo corrupto e acrescentou: “Você vai cair em breve, espere e veja.”
Apesar da recepção hostil, também houve alguns aplausos de alguns apoiadores. Um homem disse a Macron para “aguentar firme” e uma mulher agradeceu por seu trabalho e outros pediram selfies.
+ Durante discurso de Macron, franceses fazem panelaço contra a reforma
No fim de semana, Macron sancionou sua reforma do sistema previdenciário, que apresenta um aumento na idade de aposentadoria, ou seja, os cidadãos devem trabalhar mais dois anos antes de receber sua pensão do Estado. A proposta gerou três meses de protestos que mobilizaram grandes multidões em todo o país. As pesquisas de opinião mostram que a grande maioria dos eleitores se opõe à reforma.
No vilarejo de Selestat, o presidente disse que entendia as pessoas expressando seu descontentamento “mas o país deve seguir em frente”. Mais cedo, durante a visita à fábrica, Macron minimizou a demonstração de descontentamento.
“As panelas não ajudarão a França a seguir em frente”, disse. Ele acrescentou que não era possível para uma sociedade ouvir apenas aqueles que “fazem mais barulho”, enquanto procurava destacar os aspectos positivos da reforma para a França.
O governo afirma que quer seguir em frente e focar em outras medidas relacionadas às condições de trabalho, lei e ordem, educação e questões de saúde. Porém, sua recepção em Selestat provou que nem todos estão dispostos a seguir em frente.