Após se tornar réu, Trump ataca acusação e diz ser alvo de abuso de poder
Na terça ele deverá se apresentar ao Tribunal Distrital Federal de Miami para ser oficialmente informado das acusações
Primeiro ex-presidente americano a se tornar réu em 37 acusações – que vão da guarda ilegal de documentos confidenciais à conspiração para obstrução da Justiça, o republicano Donald Trump inaugurou neste sábado, 10, sua campanha na corrida para tentar conseguir um novo mandato no comando da Casa Branca. O palco do político foi escolhido a dedo – o estado-pêndulo da Geórgia, onde o adversário Joe Biden conseguiu uma vitória apertada nas eleições de 2020 – e Trump aproveitou para desqualificar as acusações de que é alvo e as classificou como resultado de um processo “ridículo e sem embasamento”.
Na versão do republicano, o Departamento de Justiça estaria imbuído de interferir nas eleições presidenciais de 2024, embora ele próprio não tenha elencado nenhuma prova que embase seu discurso. Ele afirmou estar diante de um “establishment político corrupto” e disse que “o governo Biden ficará marcado como um dos maiores abusos de poder da História deste país”. Explorando a polarização que permeia a sociedade americana, o ex-presidente acusou os adversários de serem “desonestos” e “corruptos” e em alguma medida posou como vítima de uma caçada feita por seus oponentes. “Eles não estão vindo atrás de mim, mas atrás de vocês. E eu só estou no caminho”, declarou.
Imagens divulgadas ao longo da semana mostram que Donald Trump escondeu documentos confidenciais, entre outros cômodos, dentro de um banheiro em seu resort de luxo Mar-a-Lago. De acordo com o promotor especial Jack Smith, entre o papelório havia dados sobre “programas nucleares americanos” e “planos para possíveis retaliações em resposta a ataques estrangeiros”.
Na próxima terça-feira 13, Trump deverá se apresentar ao Tribunal Distrital Federal de Miami para ser oficialmente informado das acusações que pairam contra ele. Entre os republicanos, além do ex-presidente, estão na disputa pela indicação como candidato do partido em 2024 o ex-vice-presidente Mike Pence, que rompeu com o ex-mandatário após os atos de vandalismo que culminaram na invasão do Capitólio em janeiro de 2021, e o atual governador da Flórida Ron DeSantis.