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Após visita de Zelensky, Rússia acusa EUA de travar guerra por procuração

Para o Kremlin, viagem do líder ucraniano mostrou que EUA não estão interessados em negociações de paz

Por Amanda Péchy
22 dez 2022, 09h00
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  • Depois de uma simbólica visita do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca na quarta-feira 21, o Kremlin acusou os Estados Unidos, nesta quinta-feira, 22, de travar uma “guerra por procuração”, nos mesmos moldes do que ocorreu durante o período da Guerra Fria em lugares como Vietnã e nas Coreias.

    De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, o fornecimento de sistemas de defesa aérea pelos americanos a Kiev, conhecidos como “Patriot”, que foi anunciado durante a visita, não contribuirá para resolver o conflito, nem impedirá a Rússia de alcançar seus objetivos.

    Em uma ligação com repórteres, Peskov disse que a viagem de Zelensky a Washington, D.C., não demonstrou sinais de prontidão para iniciar negociações de paz. Isso, ele declarou, era uma evidência de que os Estados Unidos estavam travando uma guerra por procuração com a Rússia “até [morrer] o último ucraniano”.

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    Uma guerra por procuração é definida como “uma guerra travada entre grupos de países menores, cada um representando os interesses de outras potências maiores, que podem contar com ajuda e apoio deles”.

    Não é a primeira vez que a Rússia faz uma acusação do tipo. Em agosto, o Ministério da Defesa da Rússia disse que Vadym Skibitsky, vice-chefe de inteligência militar da Ucrânia, admitiu ao jornal britânico Telegraph que Washington é responsável por coordenar ataques com outro sistema de armas que a Casa Branca forneceu a Kiev, os mísseis de longo alcance e alta precisão HIMARS.

    “Tudo isso prova inegavelmente que Washington, ao contrário das alegações da Casa Branca e do Pentágono, está diretamente envolvido no conflito na Ucrânia“, disse a pasta.

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    O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que deseja que os ucranianos derrotem a Rússia, e que compartilha “exatamente a mesma visão” de uma Ucrânia livre com o presidente Zelensky. Para isso, seu governo já forneceu mais de US$ 50 bilhões (R$ 260 bilhões) em preciosa ajuda bélica e humanitária a Kiev, mas as autoridades americanas não querem um confronto direto entre soldados americanos e russos.

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    Como Biden disse em entrevista à rede americana NBC News no início da guerra, em fevereiro, “vira uma guerra mundial quando os americanos e a Rússia começam a atirar um no outro”. Em outras palavras, a entrada dos Estados Unidos no conflito tem o potencial de desencadear uma guerra global.

    Limitar o potencial do conflito, segundo analistas, é chave para a diplomacia. E, embora a guerra na Ucrânia seja trágica, caótica e devastadora, ainda é apenas um conflito regional.

    Se os Estados Unidos e a Otan, aliança militar ocidental liderada pelos americanos, enviassem soldados para solo ucraniano para ajudá-los a combater os russos, a dinâmica mudaria para um conflito multinacional com potenciais implicações globais. Por causa disso, americanos e europeus estão tentando influenciar o sucesso da Ucrânia e a derrota da Rússia fornecendo outros tipos de apoio.

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