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Arábia Saudita permitirá que mulheres dirijam no país

Até agora, as mulheres não podiam dirigir na nação muçulmana e precisavam de motorista particular ou um familiar homem que as ajudasse em seus deslocamentos

Por Da redação
26 set 2017, 19h22

A Arábia Saudita anunciou nesta terça-feira que vai permitir que as mulheres dirijam no país pela primeira vez. A nação muçulmana é a única no mundo a impedir que mulheres conduzam seus carros e, durante anos, teve publicidade negativa internacionalmente devido à detenção de cidadãs que desafiaram a proibição.

Segundo a agência oficial de notícias saudita, SPA, a ordem emitida pelo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdelaziz, entrará em vigor em junho do ano que vem. A decisão foi tomada após a maioria dos membros da Autoridade dos Ulemás do reino, um corpo de clérigos muçulmanos especialistas em direito islâmico, não se opor ao fato de mulheres dirigirem, dentro das “garantias da ‘sharia’ (lei islâmica)”.

O monarca também criou um comitê formado pelos Ministérios de Interior, Fazenda, Trabalho e Desenvolvimento Social para que apresentem suas recomendações sobre o tema em um prazo de 30 dias. O comitê estudará como aplicar a medida do rei e homologar a lei de trânsito para que inclua as mulheres “com igualdade” em relação aos homens.

Até agora, as mulheres não podiam dirigir na Arábia Saudita e precisavam contar com um motorista particular ou um familiar homem que as ajudasse em seus deslocamentos. Autoridades e clérigos sauditas deram inúmeras explicações para a proibição ao longo dos anos.

Alguns diziam que os motoristas homens não saberiam lidar com o fato de mulheres conduzirem um veículo bem ao seu lado. Outros argumentavam que permitir que as mulheres dirigissem levaria à promiscuidade e ao colapso da família saudita. Um clérigo chegou a afirmar, sem qualquer prova científica, que a condução prejudicava os ovários.

Ativistas dos direitos das mulheres fizeram campanhas durante anos para acabar com a proibição, e dezenas de sauditas foram presas por se atreverem a dirigir como forma de protesto. Os líderes sauditas esperam que a revogação da proibição ajude a economia ao aumentar a participação das mulheres no ambiente de trabalho. Muitas sauditas gastam grande parte de seus salários com motoristas ou encontram grande dificuldade de locomoção.

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A nova medida faz parte das reformas promovidas pelo rei Salman bin Abdelaziz desde sua chegada ao trono, em 2015, que proporcionaram pequenas melhorias para a vida das mulheres sauditas. Ainda assim, as cidadãs do país continuam propensas a um sistema de tutela masculina.

(Com EFE)

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