Após quase sete anos de paralisação, as obras da Torre Jeddah, que promete ser o arranha-céu mais alto do mundo com 1.000 metros de altura, estão prestes a ser retomadas na Arábia Saudita.
A Kingdom Holding Company (KHC) anunciou durante uma cerimônia nesta quarta-feira, 2, que a Jeddah Economic Company, consórcio de desenvolvimento por trás do projeto, assinou um acordo avaliado em US$ 1,918 bilhão (cerca de 10,5 bilhões de reais) com o Saudi Binladin Group para retomar a construção do arranha-céu. Em torno de US$ 293 milhões (cerca de 1,6 bilhão de reais) já foram pagos por obras concluídas anteriormente na torre.
O arranha-céu terá 172 metros a mais do que o Burj Khalifa, o atual edifício mais alto do mundo, localizado em Dubai e com 828 metros. Com 63 dos 157 andares já finalizados, espera-se que o restante das obras seja concluído em 2028, de acordo com a Kingdom Holding.
Inaugurada em 2013 e inicialmente prevista para ser concluída até 2020, a Torre Jeddah, antes conhecida como Kingdom Tower, está localizada na cidade de Jeddah, com vista para o Mar Vermelho. O arranha-céu abrigará escritórios, lojas e residências, além de incluir um hotel, um shopping center e o deck de observação mais alto do mundo, de acordo com os planos originais de 2011.
Projetada pelo arquiteto americano Adrian Smith, a torre possui uma estrutura em forma de “três pétalas” e um design aerodinâmico que facilita a construção em grande altura. O projeto também prevê 59 elevadores, descritos pela empresa como parte de “um dos sistemas de elevadores mais sofisticados do mundo”.
Obras paralisadas
A Torre Jeddah estava cerca de um terço finalizada quando, em 2017, uma ampla campanha anticorrupção liderada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman resultou na detenção de várias figuras envolvidas no projeto. Embora os trabalhos tenham continuado brevemente após as prisões, a obra foi suspensa no início de 2018 devido a preocupações econômicas e, posteriormente, a pandemia de Covid-19.
A cerimônia de quarta-feira contou com a presença do príncipe Alwaleed bin Talal, presidente da Kingdom Holding Company e um dos funcionários detidos na época. Ele foi libertado quase três meses após sua prisão, mas as circunstâncias de sua soltura permanecem desconhecidas.
Após o evento, Alwaleed compartilhou um vídeo no X mostrando uma ilustração digital da torre, acompanhada da mensagem: “Estamos de volta”.