Argentina denuncia Venezuela ao TPI por sequestro de militar
Ministério das Relações Exteriores diz que fato constitui 'uma violação grave e flagrante dos direitos humanos'

O governo da Argentina apresentou uma denúncia ao Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a detenção arbitrária e o desaparecimento forçado de Nahuel Gallo, sequestrado desde o dia 8 de dezembro pelo regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Poucas semanas depois, em 27 de dezembro, Caracas processou formalmente Nahuel Gallo por terrorismo.
A denúncia foi formalizada nesta quinta-feira, 2, pelo governo do presidente Javier Milei.
De acordo com o comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores argentino, a denúncia inclui uma referência direta ao procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, que defendeu a decisão do regime em relação à situação de Gallo.
Em entrevista ao site argentino Infobae, Saab afirmou que o militar teria participado de “ações conspiratórias contra a paz republicana”.
Saab insistiu que Nahuel Gallo foi preso por participar de uma suposta “conspiração” de âmbito internacional e questionou o argumento de que ele realmente viajou para visitar sua companheira.
“Esse era o álibi de que ele queria ver uma namorada. Bem, a noiva poderia ter ido para Buenos Aires, senhor. Mas isso é tudo. Veja: os mexicanos, os americanos, os peruanos, os colombianos, os espanhóis dizem que vieram ver as namoradas”, disse o oficial bolivariano.
Na apresentação ao TPI, o governo argentino descreveu o sequestro como uma “grave e flagrante violação dos direitos humanos”, enquadrando-o em um “padrão sistemático de crimes contra a humanidade que estão sendo cometidos na República Bolivariana da Venezuela, sob a jurisdição do TPI”.
O caso de Gallo tornou-se uma das principais prioridades da política externa da administração Milei, que reafirmou seu compromisso em utilizar “todos os recursos legais e diplomáticos disponíveis”.