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‘As forças do mal estão celebrando’, diz Ernesto Araújo sobre Argentina

Chanceler respalda declarações de Bolsonaro e diz que os sinais são os "piores possíveis" para a economia argentina

Por Da Redação
28 out 2019, 16h36

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, publicou nesta segunda-feira, 28, uma sequência de quatro tuítes dizendo que as “forças do mal estão celebrando” os resultados das eleições na Argentina. O pleito de domingo 27 resultou na vitória do peronista Alberto Fernandéz, com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice da chapa, com mais de 47% dos votos válidos.

“Os sinais são os piores possíveis” disse o ministro sobre a possibilidade de adoção de uma política econômica mais fechada pela Argentina em relação ao Mercosul. “As forças do mal estão celebrando. As forças da democracia estão lamentando pela Argentina, pelo Mercosul e por toda a América do Sul”, concluiu Araújo.

A indisposição do governo brasileiro em relação ao futuro líder da Argentina não é novidade. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse que trabalhava para impedir a vitória da oposição no país vizinho, fez campanha para Mauricio Macri, atual mandatário do país derrotado no pleito, e insultou Fernández e Kirchner.

Bolsonaro atacou a chapa encabeçada por Fernandéz, chamando-a de “bandidos de esquerda” e alertando que a Argentina poderia se transformar em uma “nova Venezuela” – uma projeção exagerada. Após o anúncio da vitória do peronista, Bolsonaro disse que não iria cumprimentar o presidente eleito e que os “argentinos escolheram mal” o novo líder do país.

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Os líderes do Paraguai, Equador, Peru, Chile e El Salvador, ao contrário, felicitaram o peronista pela vitória. Na Argentina, Mauricio Macri parabenizou Fernandéz e o convidou para um café da manhã na sede do governo para começarem a organizar a transição. O tom elegante de Macri nas redes sociais contrasta profundamente com o de Ernesto Araújo. “Esta manhã, recebi na Casa Rosada o presidente eleito, Alberto Fernández . Minha equipe e eu estamos à disposição para trabalhar junto e conseguir uma transição democrática que beneficie todos os argentinos.”

Apoio a ditaduras

Além de Bolsonaro fazer declarações favoráveis a ex-ditadores da América do Sul, como o chileno, Augusto Pinochet, e estar realizando uma viagem para países governados por líderes autoritários. como China, Emirados Árabes, Catar e Arábia Saudita — acusada de matar, mutilar e dissolver em ácido um jornalista crítico ao regime, além de ser uma das responsáveis pela crise humanitária decorrente da guerra civil no Iêmen —,  o chanceler brasileiro também atacou a esquerda por “apoiar regimes tirânicos da região”.

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Assim como outras figuras de esquerda de peso no continente, como o ex-presidente do Uruguai e atual senador Pepe Mujica, Fernández se distanciou  da Venezuela de Nicolás Maduro e condenou o regimes por seus atos autoritários.

Bolsonaro afirmou que espera ver a política econômica de Fernandéz antes, para “não se indispor” com o vizinho. O presidente brasileiro já ameaçou de suspender a Argentina do Mercosul – medida para a qual não há basem uma vez que as eleições no país vizinhos foram democráticas. A equipe econômica do governo brasileiro disse também que o Brasil pode seguir sozinho no acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, o que tampouco será viável.

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