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As semelhanças entre o filme e a escolha dos cardeais que vão comandar o Conclave

Uma ficção cada vez mais real: sucesso de público reacende debate sobre os bastidores do Vaticano e seus paralelos com a alta cúpula da Igreja Católica

Por Cinthia Rodrigues 3 Maio 2025, 13h55

O filme Conclave, dirigido por Edward Berger e estrelado por Ralph Fiennes, voltou aos holofotes após a morte do papa Francisco em 21 de abril. Baseado no romance homônimo de Robert Harris, Conclave acompanha o cardeal Lawrence (interpretado por Ralph Fiennes) enquanto ele supervisiona a escolha do próximo papa, enfrentando pressões políticas, segredos antigos e dilemas de consciência que colocam à prova a integridade da Igreja.

Ralph Fiennes em 'Conclave': jogos de poder na disputa entre 'papáveis'
Ralph Fiennes em ‘Conclave’: jogos de poder na disputa entre ‘papáveis’ (./Divulgação)

Curiosamente, os personagens do filme apresentam semelhanças notáveis com figuras reais da Igreja Católica que irão comandar o rito da votação, prevista para ser iniciada em 7 de maio. Neste sábado, foram sorteados os cardeais que irão auxiliar o camerlengo Kevin Joseph Farrell. O resultado torna a narrativa ainda mais instigante ao público atento às movimentações do Vaticano.

O cardeal Robert Francis Prevost, norte-americano com sólida formação teológica e ampla experiência pastoral, encontra um reflexo direto na figura de Lomeli, protagonista do filme. Ambos representam perfis moderados e conciliadores. Prevost, como prefeito do Dicastério para os Bispos, exerce influência significativa sobre o episcopado global, sendo respeitado por diferentes alas. Da mesma forma, Lomeli é o “homem do meio” dentro do conclave: ponderado, com um forte senso de dever, e avesso a rupturas bruscas. Em ambos, vê-se um espírito reformista guiado mais pela prudência do que pelo confronto.

Outro paralelo marcante é entre o cardeal italiano Marcello Semeraro e o personagem Tedesco, vivido por Sergio Castellitto. Com longa trajetória dentro da Cúria Romana, Semeraro representa a liderança institucional que conhece profundamente os bastidores do Vaticano. Sua atuação à frente do Dicastério para as Causas dos Santos o coloca no coração simbólico da Igreja. Já Tedesco, no filme, é o estrategista do bloco mais tradicional, defensor da continuidade e da estrutura estabelecida. Apesar de Semeraro estar alinhado às reformas do papa Francisco, ambos compartilham uma visão voltada à estabilidade e ao funcionamento interno da Igreja.

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Já o cardeal alemão Reinhard Marx se assemelha a Tremblay, personagem interpretado por John Lithgow. Marx é conhecido por sua atuação decisiva na área econômica da igreja, sendo uma das vozes mais influentes no debate sobre transparência e modernização da gestão financeira vaticana. Tremblay também é um cardeal pragmático, atento às engrenagens práticas da instituição e com visão crítica às estruturas fechadas do poder eclesiástico.

O sucesso renovado de Conclave mostra como a arte pode não apenas antecipar, mas dialogar com a realidade. Em um momento de transição e expectativas dentro da Igreja Católica, o filme ressurge como uma obra que provoca reflexão, revelando que, por vezes, a ficção está mais próxima da realidade do que se imagina.

A produção, que retrata os bastidores da eleição de um novo pontífice, registrou um aumento de 283% na audiência no Prime Video, tornando-se o filme mais assistido da plataforma. Além disso, o longa retornou aos cinemas em mais de 60 salas de 40 cidades brasileiras desde 24 de abril. O sucesso do filme também se refletiu nas bilheterias, com uma arrecadação global de aproximadamente US$ 116,4 milhões.

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