O assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi “premeditado”, afirmou nesta quinta-feira (25) o procurador-geral da Arábia Saudita sobre as informações recebidas da Turquia sobre o caso.
“A Procuradoria-Geral saudita recebeu informações da parte turca (…) da equipe da Arábia Saudita e da Turquia dizendo que os acusados deste incidente tinham a intenção premeditada de matar Khashoggi”, informou a agência estatal SPA.
Em um breve comunicado, o procurador-geral, Saud al Moyeb, afirmou que as autoridades sauditas continuam com suas “próprias investigações com os dezoito acusados a fim de se chegar à verdade e à justiça”.
Crítico do governo saudita, Jamal Khashoggi foi assassinado no consulado da Árabia Saudita em Istambul em 2 de outubro. A imprensa turca acusou o príncipe saudita Salman de ser um dos mandantes. O crime foi descrito como “assassinato político” pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
As autoridades sauditas mudaram sua versão sobre os fatos em várias ocasiões. Primeiro, afirmaram que Khashoggi foi morto em uma briga com oficiais consulares. Alguns dias depois, uma autoridade do governo recuou e disse que o jornalista tinha sido assassinado em uma “operação clandestina” não autorizada pela administração saudita.
Ao reconhecer a morte do jornalista, a Promotoria anunciou a detenção de dezoito pessoas e a demissão de dois funcionários de segurança envolvidos nos fatos.
As explicações sauditas não convenceram. Céticos, os governos ocidentais e a Turquia exigiram uma investigação “crível e transparente”.
O príncipe Mohammed bin Salman afirmou na quarta que a morte de Khashoggi é um “incidente odioso” e prometeu que os autores prestarão contas à Justiça.
“Muitos estão tentando explorar o caso Khashoggi para criar um antagonismo entre Arábia Saudita e Turquia, mas eles não terão sucesso”, acrescentou o príncipe herdeiro, que é apontado como um dos suspeitos de ordenar o crime.
As autoridades turcas e sauditas ainda não divulgaram oficialmente o paradeiro do corpo do jornalista nem esclareceram quem deu a ordem de cometer o assassinato no consulado.
(Com Estadão Conteúdo e EFE)