Três astronautas da agência espacial russa foram fotografados exibindo a bandeira das autoproclamadas repúblicas de Luhansk e Donetsk, ocupadas por separatistas pró-Rússia. No início da guerra, o trio foi elogiado por usar uniformes amarelos em aparente demonstração de apoio à Ucrânia.
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Em uma mensagem postada no canal oficial da agência Roscosmos no Telegram, Oleg Artemyev, Denis Matveyev e Sergey Korsakov aparecem na Estação Espacial Internacional (ISS) segurando as bandeiras dos dois territórios ocupados.
A foto dos astronautas acompanha uma mensagem de celebração do que a agência espacial russa chamou de “libertação” de Luhansk.
“Este é um dia muito esperado que os moradores das áreas ocupadas da região de Luhansk esperam há oito anos. Estamos confiantes de que 3 de julho de 2022 ficará para sempre na história da República Popular de Luhansk”, informou o comunicado.
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Não está claro como as bandeiras das duas repúblicas autodeclaradas chegaram a bordo da ISS. Artemyev, Matveyev e Korsakov foram a primeira tripulação russa a se juntar à estação espacial internacional desde que a invasão russa da Ucrânia começou em 24 de fevereiro.
Na ocasião, os astronautas usaram uniformes amarelos, o que foi interpretado como uma mensagem de solidariedade à Ucrânia. Questionado sobre o gesto, Artemyev disse que a cor usada foi mera coincidência e não um apoio ao país governado por Volodymyr Zelensky.
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A divulgação da fotografia acompanha o anúncio da tomada da região por Moscou. Neste domingo, 3, o exército do presidente Vladimir Putin afirmou ter conquistado o controle total sobre a região de Luhansk, após a saída das forças ucranianas da cidade de Lysychansk.
Em comunicado oficial, o Kremlin informou que o território capturado seria entregue à autoproclamada República Popular de Luhansk, cuja independência reconheceu às vésperas da guerra. A posição oficial da Rússia é a de que sua “operação militar especial” na Ucrânia visa proteger os falantes de russo dos nacionalistas ucranianos.
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Quase um terço da área, situada na região de Donbas, foi tomada por forças separatistas pró-Rússia em 2014. O território fica na fronteira entre os dois países em conflito e é o antigo centro industrial da Ucrânia. Predominantemente de língua russa, a área é considerada estratégica para o Kremlin, que construiu um corredor terrestre ligando a Rússia à península da Crimeia, anexada por Moscou há 8 anos.