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Ataque a centro de migrantes na Líbia deixa ao menos 40 mortos

Porta-voz informa que há mais de 70 feridos. Apesar da instabilidade, a Líbia permanece como um país de trânsito de emigrantes que fogem de conflitos

Por AFP 3 jul 2019, 01h08

Um ataque aéreo contra o centro de migrantes e refugiados no leste de Trípoli, capital da Líbia, deixou cerca de 40 mortos e mais de 70 feridos, disse um porta-voz dos serviços de emergência.

“É um saldo preliminar e pode ser mais grave”, disse o porta-voz Osama Ali, acrescentando que no momento do ataque havia 120 migrantes confinados no hangar em Tajoura, no leste da capital líbia.

Um fotógrafo observou numerosos corpos no chão do hangar utilizado como centro de confinamento para migrantes, enquanto as equipes de socorro reviravam os escombros a procura de sobreviventes.

Na parte externa da unidade, as forças de segurança tratavam de coordenar o acesso de dezenas de ambulâncias. O Governo de Unidade Nacional (GNA) denunciou o ataque como “um crime odioso” praticado pelo “criminoso de guerra Khalifa Haftar”.

Segundo o GNA, trata-se de um ataque “premeditado” e “preciso” das forças de Haftar contra o centro de migrantes.

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O marechal Haftar, que controla parte da Líbia, realiza no momento uma ofensiva para controlar Trípoli, sede do GNA, reconhecido pela comunidade internacional.

Nos últimos dias, veículos de imprensa favoráveis a Haftar informavam a iminência de “uma série de ataques aéreos” na zona de Trípoli e Tajoura.

Em Tajura estão localizadas várias instalações militares controladas pelo GNA, alvo de ataques regulares das forças de Haftar.

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As forças de Haftar prometeram esta semana intensificar os ataques aéreos contra posições do GNA, após perderem o controle da cidade de Gharyan, a cerca de 100 km de Trípoli.

O Alto Comissário da ONU para os Refugiados manifestou sua “extrema preocupação” com as informações sobre o ataque, que representaria “a morte de refugiados e migrantes”.

As agências da ONU e entidades humanitárias têm expressado reiteradamente sua oposição a que emigrantes resgatados no mar sejam devolvidos à Líbia, em razão do caos institucional no país.

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Na Líbia, estes migrantes e refugiados são colocados em “detenção arbitrária” e regularmente ficam a mercê das milícias armadas.

Apesar da constante instabilidade e do caos institucional, a Líbia permanece como um país de trânsito de emigrantes que fogem de conflitos armados ou da instabilidade em outras regiões da África e do Oriente Médio.

A missão de apoio da ONU na Líbia (MANUL) tem manifestado sua preocupação com os cerca de 3.500 emigrantes e refugiados “em risco nos centros de detenção situados nas zonas de conflito”.

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