Atirador deixa 2 mortos em Bruxelas e governo eleva alerta de terrorismo
Cidadãos suecos são vítimas do incidente, no dia em que a Bélgica receberia a Suécia em uma partida de qualificação para a Euro 2024
A polícia belga afirmou nesta segunda-feira, 16, que dois cidadãos suecos foram mortos a tiros em Bruxelas, data de um jogo de futebol entre a Bélgica e a Suécia para a qualificação da Euro 2024. Devido ao incidente, o governo belga elevou o seu alerta de terrorismo ao nível mais alto da escala.
Após o ataque, um homem publicou um vídeo nas redes sociais afirmando ser o agressor, e alegando que era membro do Estado Islâmico, projeto de califado com atuação terrorista no Oriente Médio que baseia sua ideologia em interpretações radicais de certos princípios do Islamismo. A polícia não confirmou a identidade do suspeito, que ainda está foragido.
O primeiro-ministro da Bélgica, Alexander de Croo, confirmou na plataforma de mídia social X, anteriormente conhecida como Twitter, que as vítimas eram suecas, mas não o número de mortos. O suposto agressor, que se autodenomina Abdesalem Al Guilani e diz ser “um lutador por Alá”, estimou o número de vítimas em três, em vez de duas.
“Acabo de oferecer as minhas sinceras condolências ao primeiro-ministro sueco após o ataque angustiante desta noite aos cidadãos suecos em Bruxelas”, disse de Croo no X.
“Os nossos pensamentos estão com as famílias e amigos que perderam os seus entes queridos. Como parceiros próximos, a luta contra o terrorismo é conjunta”, disse ele.
I have just offered my sincere condolences to @SwedishPM following tonight’s harrowing attack on Swedish citizens in Brussels.
Our thoughts are with the families and friends who lost their loved ones.
As close partners the fight against terrorism is a joint one.
— Alexander De Croo 🇧🇪🇪🇺 (@alexanderdecroo) October 16, 2023
A mídia local informou que era provável que as vítimas fossem dois torcedores de futebol. A Bélgica receberia a Suécia na noite desta segunda-feira em uma partida de qualificação para a Euro 2024. A partida foi suspensa no intervalo por motivos de segurança.
O tiroteio ocorre em um momento de elevadas preocupações com a segurança em alguns países europeus ligados ao conflito entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas. A França se comprometeu a enviar 7 mil soldados adicionais para as suas ruas depois de um professor morrer em um atentado a facadas na sexta-feira 13, ataque que o presidente do país, Emmanuel Macron, condenou como “terrorismo islâmico bárbaro”.
Autoridades da polícia e da procuradoria-geral da Bélgica confirmaram as mortes, mas não deram mais detalhes sobre o caso, nem confirmaram a suposta autoria do crime por um alegado membro do Estado Islâmico.
Um vídeo postado no portal de notícias do jornal belga Het Laatste Nieuws mostra o que parece ser o momento do ataque. Na gravação, um homem com uma jaqueta laranja em uma scooter passa em um cruzamento de rua carregando um rifle. Primeiro, dispara dois tiros, depois mais três. Então, corre para um prédio e atira mais duas vezes. Em seguida, deixa o edifício, dá alguns passos para trás e faz o último disparo.
De acordo com a mídia local, uma testemunha relatou que o atirador gritou “Allahu Akbar” (“Alá é Grande”, em árabe), antes dos tiros serem disparados.
Na mensagem de vídeo gravada pelo agressor autodeclarado, ele afirmou pertencer à organização terrorista do Estado Islâmico e que “se vingou” em nome dos muçulmanos
“Alá é grande. Meu nome é Abdesalem Al Guilani e sou um lutador de Alá. Sou do Estado Islâmico. Amamos quem nos ama e odiamos quem nos odeia. Vivemos pela nossa religião e morremos pela nossa religião. Alhamdulah [Todos os louvores e graças a Alá]. Seu irmão se vingou em nome dos muçulmanos. Eu matei três suecos até agora. Alhamdulah. Três suecos, sim. Àqueles a quem fiz algo errado, que me perdoem. E eu perdoo a todos. Salam Aleykoum [Que a paz esteja contigo]”, disse ele.
A França comunicou que vai reforçar os controles na fronteira com a Bélgica após o ataque mortal em Bruxelas. Além disso, o centro de crise belga alertou a população para não fazer viagens desnecessárias à capital.