Ataque israelense a escola da ONU em Gaza deixa 40 mortos, diz Hamas
Ministério da Saúde local informa que 14 crianças estão entre as vítimas; Israel alega que alvo era um complexo do Hamas dentro da escola

Autoridades do governo da Faixa de Gaza, controlado pelo braço político do grupo terrorista palestino Hamas, afirmaram que um ataque aéreo israelense nesta quinta-feira, 6, matou 40 pessoas e feriu outras 73 ao atingir uma escola das Nações Unidas dentro do enclave. As informações foram confirmadas à agência de notícias Reuters pelo diretor do escritório de mídia do governo de Gaza, Ismail Al-Thawabta, e um funcionário do Ministério da Saúde local.
Os dois funcionários acrescentaram que, do total de vítimas na escola do campo de refugiados Nuseirat, 14 eram crianças e nove eram mulheres. A instituição de ensino ficava perto de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza.
Anteriormente, Juliette Touma, a diretora de comunicações da principal agência das Nações Unidas em Gaza, a UNRWA, havia dito que o número de mortos na ofensiva israelense estava entre 35 e 45. Segundo ela, o número ainda não podia ser confirmado.
A mídia local
Imagens da zona atacada mostram um grande número de corpos dispostos lado a lado no chão, esperando para serem enterrados fora de um hospital em Deir al-Balah.
Um repórter da emissora árabe Al Jazeera descreveu o acontecimento como “outra manhã trágica”, acrescentando que as famílias no hospital lhe disseram que não houve aviso prévio do ataque.
O que diz Israel
O Exército israelense afirmou que o alvo do ataque era um complexo militar do Hamas baseado na escola. Os militares alegaram que entre 20 e 30 terroristas foram mortos na investida. Um porta-voz militar de Israel, o tenente-coronel Peter Lerner, disse não ter conhecimento de vítimas civis.
As forças de Tel Aviv alegaram que “antes do ataque, foram tomadas uma série de medidas para reduzir o risco de ferir civis não envolvidos durante o ataque, incluindo a realização de vigilância aérea e informações adicionais de inteligência”.
Ismail Al-Thawabta, diretor do gabinete de comunicação do governo gerido pelo Hamas, rejeitou as alegações de que a escola escondia um posto de comando do Hamas. “A ocupação mente à opinião pública através de histórias falsas e fabricadas para justificar o crime brutal que conduziu contra dezenas de pessoas deslocadas”, disse ele à Reuters.
Por enquanto, as reivindicações de ambos os lados não puderam ser verificadas por organizações e veículos de comunicação independentes.