Ataque israelense contra prédio residencial em Gaza mata ao menos 29 pessoas
Oito crianças estão entre vítimas e mais de 60 pessoas ficaram feridas

Pelo menos 29 palestinos, incluindo crianças, foram mortos por um ataque aéreo israelense a um prédio residencial de vários andares no bairro de Shejaia, na Cidade de Gaza, informaram autoridades de saúde locais nesta quarta-feira, 9.
A agência de Defesa Civil de Gaza afirmou que aviões atacaram a área perto da mesquita al-Hawashi na manhã de terça-feira. Segundo as autoridades de saúde, oito crianças estavam entre os mortos e mais de 60 pessoas ficaram feridas. Acredita-se que muitas pessoas ainda estejam desaparecidas e presas sob os escombros do prédio.
Em declaração, o Exército israelense afirmou ter atingido um “terrorista sênior do Hamas”, que teria sido responsável por planejar e executar ataques no local. Os militares alegaram que tomaram precauções para evitar vítimas civis no ataque, incluindo o uso de “armas de precisão”.
Milhares de pessoas deixaram suas casas em Shejaiya na semana passada após os militares israelenses emitirem uma ordem de retirada para o bairro, alegando que estavam operando com força para destruir “infraestrutura terrorista”.
Mais cedo na terça-feira, o Ministério da Saúde de Gaza disse que outras nove pessoas foram mortas em ataques militares israelenses separados em outras partes do enclave, elevando o número de mortos nas últimas 24 horas para 38.
Estima-se que 1.482 palestinos foram mortos em bombardeios desde o colapso do cessar-fogo, que havia entrado em vigor em janeiro, em 18 de março. Outras 390 mil pessoas foram deslocadas nas últimas três semanas, com agora dois terços do território classificados pelos militares israelenses como zonas “proibidas” ou colocados sob ordens de retirada, de acordo com as Nações Unidas.
Ao todo, mais de 50 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra. Grupos de direitos humanos dizem que deslocar pessoas à força é um crime de guerra em potencial e um crime contra a humanidade — esse último corresponde a “violações graves cometidas como parte de um ataque em larga escala contra qualquer população civil”, incluindo deportação.