Ataque israelense em vila de maioria cristã no Líbano deixa pelo menos 21 mortos
É a primeira vez que Aitou, a quase 100 quilômetros ao norte de Beirute, foi atingida desde o início dos confrontos com o Hezbollah
Pelo menos 21 pessoas morreram e oito ficaram feridas em um ataque aéreo de Israel na aldeia de Aitou, no norte do Líbano, nesta segunda-feira, 14. O bombardeio é o primeiro realizado por aviões de guerra israelenses na região, situada a quase 100 quilômetros ao norte de Beirute, desde o início dos confrontos com o Hezbollah.
O ataque, que atingiu uma casa alugada para famílias desalojadas, foi confirmado pelo prefeito de Aitou, Joseph Trad, em entrevista à agência de notícias Reuters. O Ministério da Saúde do Líbano anunciou que testes de DNA estão sendo realizados para identificar os restos mortais das vítimas.
Até o momento, as operações militares israelenses no Líbano se concentraram principalmente no sul, no Vale do Bekaa, no leste, e nos subúrbios de Beirute.
Nas últimas horas, o Hezbollah lançou diversos mísseis contra o território israelense. Segundo as Forças Armadas de Israel, alguns desses projéteis foram interceptados, enquanto outros caíram em áreas abertas, sem deixar feridos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel intensificará os ataques contra o Hezbollah em “todas as partes do Líbano, incluindo Beirute”. Durante uma visita a uma base militar que foi alvo de drones do Hezbollah no domingo, Netanyahu afirmou: “Estamos enfrentando uma campanha difícil e pagamos preços dolorosos, mas continuaremos nossa luta contra o Hezbollah sem limites”.
O conflito entre Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã, recomeçou há um ano, quando o grupo militante começou a disparar foguetes contra Israel em apoio aos militantes palestinos do Hamas durante a guerra em Gaza. A situação se agravou nas últimas semanas.
Segundo o governo libanês, ataques israelenses resultaram na morte de pelo menos 2.309 pessoas no Líbano no último ano, sendo a maioria das vítimas registradas desde o final de setembro, quando Israel expandiu sua campanha militar. Esse número não faz distinção entre civis e combatentes. Israel alega que suas operações no Líbano visam garantir o retorno de dezenas de milhares de pessoas deslocadas em seu próprio território no norte do país.