Um ataque israelense atingiu um prédio residencial que abrigada civis deslocados na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, nesta terça-feira, 29, matando ao menos 93 pessoas. Entre os mortos, estão 20 crianças, de acordo com médicos.
Outras dezenas de pessoas continuam desaparecidas e mais 150 ficaram feridas, segundo a emissora árabe Al Jazeera, que consultou o diretor-geral do escritório de mídia do governo de Gaza, Ismail al-Thawabta.
Anteriormente, o Ministério da Saúde de Gaza havia dito que 60 pessoas foram mortas no ataque desta manhã, que atingiu o prédio que virou moradia para civis que tiveram que deixar suas casas por causa da guerra. A estimativa de Al-Thawabta é que o edifício abrigava 200 pessoas.
Feridos
Os militares israelenses ainda não comentaram o ataque aéreo mortal.
Muitos dos feridos foram levados às pressas para o Hospital Kamal Adwan, no interior do campo de refugiados de Jabalia, que é o mais próximo de Beit Lahiya. No entanto, o complexo médico está lutando para tratá-los.
De acordo com funcionários do hospital, não há mais suprimentos médicos e a equipe conta apenas com dois médicos pediatras, sem cirurgiões. As forças israelenses prenderam dezenas de pessoas no hospital dias atrás. O médico Hossam Abu Safiya, diretor do Kamal Adwan, disse à Al Jazeera na última sexta-feira que a maioria dos cirurgiões havia sido detida, o que significa que procedimentos urgentes não podem ser realizados.
Banimento
O ataque ocorreu um dia depois que o parlamento de Israel aprovou uma lei para proibir a principal agência das Nações Unidas em Gaza, a UNRWA, de operar dentro do país, alarmando muitos dos aliados que temem que isso piorará a situação humanitária no enclave.
O Ministério das Relações Exteriores da Turquia disse nesta terça-feira que a medida tem como objetivo atrapalhar os esforços para alcançar a chamada solução de dois Estados, que inclui a criação de um país para os palestinos. O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia declarou que a votação de segunda -feira foi uma “continuação dos esforços frenéticos de Israel para assassinar a agência da ONU politicamente, além de sua guerra agressiva ao povo palestino”.