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Ataques aéreos ameaçam cessar-fogo de três dias no Sudão

Em onze dias de combates, outras três tentativas de trégua falharam. Até agora, pelo menos 459 pessoas morreram e mais de 4 mil ficaram feridas

Por Da Redação
Atualizado em 25 abr 2023, 12h08 - Publicado em 25 abr 2023, 10h49

Ataques aéreos e relatos de novos combates nesta terça-feira, 25, ameaçam uma delicada trégua de três dias no Sudão. O país está em guerra civil há onze dias e a pausa nos conflitos visa permitir a retirada de civis da capital, Cartum, e permitir que os feridos tenham acesso a cuidados médicos já limitados.

A trégua de 72 horas entrou em vigor em todo o país pouco depois da meia-noite desta terça-feira. As potências mundiais esperam que isso também forneça tempo para uma grande missão internacional de resgate, para retirar seus cidadãos do território sudanês.

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Em onze dias de combates, outras três tentativas anteriores de cessar-fogo falharam. Até agora, pelo menos 459 pessoas foram mortas e mais de 4.000 ficaram feridas, segundo agências das Nações Unidas.

Na manhã de terça-feira, vários ataques aéreos atingiram a cidade de Omdurman, uma cidade do lado oposto do Nilo em relação a Cartum. Pelo menos uma bomba atingiu uma casa.

“Sons de tiros, explosões e aviões de guerra voando ainda são ouvidos em Cartum”, disse Atiya Abdalla Atiya, do Sindicato dos Médicos do Sudão, grupo que monitora as vítimas do conflito. “Eles não respeitam o cessar-fogo.”

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De um lado dos combates, estão as unidades do exército leais ao seu governante militar, o general Abdel Fattah al-Burhan. Do outro, estão as Forças de Apoio Rápido (FAR), lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou na segunda-feira 24 que os combates podem “engolir toda a região e além”.

“Devemos todos fazer tudo ao nosso alcance para tirar o Sudão da beira do abismo”, disse.

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Nesta terça-feira, o representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no Sudão, Nima Saeed Abid, afirmou que os técnicos locais perderam contato com o laboratório nacional de saúde pública. O centro contém amostras de patógenos de sarampo, cólera e poliomielite e outros materiais perigosos.

Os combatentes “expulsaram todos os técnicos do laboratório, que o transformaram em uma base militar”, disse Abid, recusando-se a especificar qual das figuras em guerra havia tomado a instalação.

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“Existe um enorme risco biológico associado à ocupação do laboratório central de saúde pública. Essa é a principal preocupação: não ter acessibilidade para os técnicos de laboratório conterem com segurança o material biológico e as substâncias disponíveis”, alertou.

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Os confrontos fecharam hospitais e outros serviços essenciais. Também deixaram muitos moradores presos em suas casas, sem acesso a água e comida.

O escritório humanitário das Nações Unidas (OCHA) foi forçado a reduzir algumas de suas atividades devido à violência. Pelo menos cinco funcionários foram mortos desde o início dos combates, e a Organização Internacional para Migração e o Programa Alimentar Mundial suspenderam algumas atividades depois das baixas.

A saída repentina de estrangeiros e o fechamento de embaixadas provocaram temores no Sudão. As medidas indicam que a comunidade internacional pode esperar um agravamento da briga e estão priorizando seus diplomatas e cidadãos. Autoridades ocidentais insistem, apesar da retirada, que estão tentando encerrar as hostilidades por meio da diplomacia.

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