Pelo menos 45 pessoas morreram e cem ficaram feridas no Egito neste domingo em duas explosões em igrejas cristãs coptas – igreja cristã nacional do país -, durante as comemorações do Domingo de Ramos, que marca o começo da Semana Santa. O primeiro atentado deixou 29 mortos e sessenta feridos dentro de uma igreja na cidade de Tanta, situada 120 quilômetros ao norte da capital Cairo, informaram fontes de segurança e do Ministério da Saúde. Poucas horas depois, 16 pessoas foram vítimas de outra explosão em Alexandria. O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou os ataques.
A primeira bomba atingiu os fiéis dentro do templo de Mar Guergues (São Jorge, em árabe). O porta-voz do ministério da Saúde, Jaled Mugahed, declarou à televisão estatal egípcia que os hospitais de Tanta já receberam 21 corpos e 59 feridos. Em declarações à emissora privada On TV, o premiê egípcio, Sherif Ismael, condenou o ocorrido e mostrou a determinação do governo para acabar com o terrorismo no país. “Trata-se de um ato terrorista impiedoso, mas erradicaremos o terrorismo do Egito e temos a determinação para acabar com os grupos terroristas”, disse o premiê.
Em Alexandria, no norte do Egito, um atentado suicida vitimou fiéis do lado de fora da igreja São Marcos, segundo a emissora de televisão estatal do país árabe. O papa Teodoro II, chefe da igreja copta, rezava uma missa dentro da catedral no momento do ataque, mas não foi atingido.
Os coptas representam 10% da população do Egito e são o maior grupo cristão do país, além de terem cerca de 1 milhão de fiéis no resto do mundo. As perseguições contra o grupo cresceram em 2013, quando os militares tomaram o poder do país e derrubaram o presidente Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Determinados grupos da maioria muçulmana, como os terroristas do Estado Islâmico (EI), culpam os coptas de apoiar o golpe militar e intensificaram ataques contra eles. No dia 11 de dezembro, 28 fiéis da minoria cristã copta morreram em um atentado cometido por um suicida contra uma igreja situada próxima da catedral do Cairo, no bairro de Abbassiya.
Os ataques deste domingo acontecem 20 dias antes da visita do papa Francisco ao Egito, que está marcada para os próximos dias 28 e 29 de abril, a primeira viagem do pontífice argentino ao Oriente Médio. Francisco condenou os atentados cometidos no Egito e pediu a Deus que converta “o coração das pessoas que semeiam terror, violência e morte”.
(com agência EFE)