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Atentado mata 31 pessoas no primeiro dia de eleição no Paquistão

Cerca de 106 milhões de eleitores devem votar hoje; campanha foi abalada por atentados, que mataram 180 pessoas, e denúncias de interferência do Exército

Por Da Redação
25 jul 2018, 14h08

Atentado suicida do Exército Islâmico (EI) nas proximidades de uma seção eleitoral em Quetta, no Paquistão, matou 31 nesta quarta-feira e feriu outras  20 ficaram feridas.  O EI assumiu a autoria do ataque, que aumenta ainda mais a tensão neste dia de eleições gerais no país. Quetta é um dos redutos do Talibã, aliado no país do EI.

O porta-voz da polícia de Quetta, Muhammed Ramzan, relatou que um “homem-bomba detonou os explosivos durante a passagem de uma caminhonete da polícia em frente a um colégio eleitoral”. Quetta está localizada na conflituosa província de Baluchistão. Entre os mortos há eleitores e pelo menos três policiais.

Os principais candidatos nas eleições, Shahbaz Sharif, líder da Liga Muçulmana do Paquistão (PML-n), e o ex-jogador de críquete Imran Khan, do Pakistan Tehrik-e-Insaf (PTI), condenaram o atentado.

Em mensagem em sua conta oficial do Twitter, Khan condenou o “ataque terrorista em Quetta cometido pelos inimigos do Paquistão que buscam alterar processo democrático” e expressou seu desejo que os paquistaneses consigam “derrotar o terrorismo”. Seu partido é o do atual governo.

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“Estou sentido pelo martírio de gente inocente, incluindo policiais, no momento em que estavam exercendo seu direito democrático ao voto”, escreveu Sharif, também usando o Twitter.

Os colégios eleitorais abriram hoje no Paquistão para tensas e imprevisíveis eleições legislativas. Ao longo da campanha houve vários atentados, causadores de 180 mortes, além de denúncias de ingerência do Exército no processo.

Cerca de 106 milhões de eleitores devem comparecer às urnas do país, com 207 milhões de habitantes,  para eleger seus deputados para os próximos cinco anos. Dos eleitores, mais de 19 milhões votarão pela primeira vez e são considerados decisivos nesta eleição.

A sigla vencedora será chamada a formar o novo governo federal. Esta eleição é segunda transição democrática de um governo civil para outro no país em um país, cuja história está marcada pelos golpes de Estado militares e pelos assassinatos de políticos. Mas também é considerada a “eleição mais suja”, devido às acusações de conchavos por parte das Forças Armadas, que podem beneficiar Khan.

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Os mais de 85.000 postos eleitorais abriram suas portas às 3h GMT (0h em Brasília) e fecham às 13h GMT (10h em Brasília). Os primeiros resultados devem começar a ser divulgados nesta quarta à noite. Cerca de 80.000 policiais e militares estão  posicionados nos colégios eleitorais de todo país, diante do temor de novos ataques. Essa presença, entretanto, gera suspeita de possível manipulação dos votos em favor da candidatura de Khan.

Além do atentado em Qetta, um policial morreu devido à explosão de uma granada em um colégio eleitoral do distrito de Khuzdar, também no Baluquistão. Um militante do partido de Khan morreu, e outros três ficaram feridos em um tiroteio com simpatizantes de seu oponente eleitoral, o ANP, informou a Polícia.

(Com AFP e EFE)

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