A atriz pornô Stormy Daniels apresentou nesta segunda-feira (30) uma ação judicial contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por difamação. O motivo foi o texto de um tuíte de Trump, no qual insinua que ela mentiu sobre ter sofrido uma ameaça.
Na época, Stormy, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford, havia feito o retrato falado de um homem que a teria ameaçado caso ela divulgasse ter mantido encontros sexuais com Trump. A ameaça teria ocorrido em um estacionamento de Las Vegas, em 2011. A atriz de filmes pornográficos chegou a oferecer uma recompensa de 100 mil dólares por informações sobre sua identidade.
“Um retrato falado anos depois de um homem não-existente. Uma armação total, usando a Mídia das Notícias Falsas para os Tolos (mas eles sabem disso)!”, escrevera Trump.
Os advogados do presidente não responderam a pedidos de comentário sobre o escândalo. A Casa Branca ainda não se manifestou.
Na ação judicial, Stormy Daniels disse que o agressor havia insistido para que ela deixasse Trump em paz e que “esquecesse a história”. Depois de olhar para sua filha, acrescentou: “É uma linda menina. Seria uma pena se algo acontecesse com a mãe dela.”
O novo caso na Justiça complica um litígio envolvendo Trump e seu advogado pessoal, Michael Cohen, que pagou 130 mil dólares a Stormy pouco antes da eleição presidencial de 2016 para que ela mantivesse silêncio sobre seu suposto relacionamento com o então candidato presidencial republicano.
Na sexta-feira, um juiz de Los Angeles suspendeu durante 90 dias o pedido da atriz para encerrar o acordo de sigilo, alegando que ele pode ameaçar o direito constitucional de Cohen de não autoincriminar-se.
Cohen enfrenta um inquérito criminal a respeito de seus negócios, que está a cargo de procuradores federais em Manhattan. Ele disse que o pagamento de 130 mil dólares foi legal.
Stormy também acusou Cohen de difamação em função de outra declaração feita por ele em fevereiro.
Ao acusar o presidente de difamação, a atriz disse que ele sabia que seu tuíte de 18 de abril era falso ou o publicou com um desdém irresponsável, e a acusou falsamente de inventar o homem que a abordou.
“Ao chamar o incidente de ‘trapaça’, o comunicado do senhor Trump daria a entender que a senhorita Clifford estava fabricando o crime e a existência do agressor, ambos proibidos pela lei de Nova York”, disse Stormy.
(Com Reuters)