Os corpos de diversas crianças exumados no leste do Quênia mostram indícios de fome e, em alguns casos, asfixia, afirmou um médico legista do governo nesta segunda-feira, 1, à medida que investigadores começam as autópsias de mais de 100 pessoas ligadas a uma seita religiosa.
Os investigadores já completaram dez autópsias, sendo de nove crianças com idades entre 18 meses e 10 anos, e de uma mulher adulta, dos 101 corpos descobertos em uma vala comum no mês passado em Shakahola, no condado de Kilifi.
“A maioria tinha sinais de fome. Vimos essas características em pessoas que não haviam comido. Não havia comida no estômago”, disse o legista Johansen Oduor, a repórteres.
De acordo com as autoridades locais, os mortos eram parte da Igreja Internacional da Boa Nova, comandada pelo pastor Paul Mackenzie, acusado de instruir fieis a passarem fome para que fossem os primeiros a subir ao céu antes do fim do mundo. O líder religioso está sob custódia policial desde 14 de abril, junto a outros 14 possíveis membros do culto.
As mortes já representam uma das piores tragédias relacionadas a um culto na história moderna e o número pode ainda aumentar, à medida que a Cruz Vermelha do Quênia diz que há mais de 300 pessoas que podem estar desaparecidas.