Julgado culpado em dezembro do pior massacre racista da história recente nos Estados Unidos, o supremacista branco Dylann Roof declarou que não lamenta ter matado nove pessoas no ano passado, em uma nota lida em audiência nesta quarta-feira.
O jovem de 22 anos compareceu hoje à segunda fase de seu julgamento, na qual sua pena será determinada. Roof disparou 77 vezes no interior de uma igreja metodista em Charleston, na Carolina do Sul, em 17 de junho de 2015, matando nove fiéis negros.
Há três semanas, um júri de 12 pessoas considerou Roof, partidário declarado do nazismo e do Ku Klux Klan, culpado. Em duas horas de deliberação, os jurados não encontraram nenhuma circunstância atenuante para o jovem, que respondeu afirmativamente às 33 acusações federais que pesam contra ele.
“Quero deixar claro que não lamento o que fiz”, escreveu Roof em uma nota escrita na prisão e lida pela promotoria. “Não derramei uma lágrima pelas pessoas inocentes que matei”, insistiu. “Lamento pelas crianças brancas inocentes que são forçadas a viver neste país doente e lamento pelas pessoas brancas inocentes que morrem diariamente nas mãos de raças inferiores”, acrescentou.
A única questão que ainda precisa ser decidida é se o jovem será condenado a pena de morte ou a prisão perpétua. Roof, que decidiu falar perante à corte, ressaltou que “quis defender a si mesmo para evitar que os advogados apresentem evidências de problemas mentais”.
Até o momento, sua ideologia racista havia sido expressada em um vídeo gravado após sua prisão e em um manifesto publicado na internet antes do ataque. Essa foi a primeira vez que o júri ouviu o acusado diretamente. “Minha declaração vai parecer um pouco descabida. Não vou mentir para vocês”, disse Roof. “Fora do fato de que eu confiei em pessoas que não deveria e de eu ser melhor em constranger a mim mesmo do que qualquer um que já existiu, não há nada de errado comigo psicologicamente”.
A previsão é de que o veredicto sobre as acusações federais contra Roof seja divulgado nos próximos 10 dias. O Estado da Carolina do Sul também julgará o jovem em outro processo, no qual também enfrenta a pena de morte.
(Com AFP)