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Autor do ataque em Nova York era motorista de Uber

Sayfullo Saipov, responsável pelo ataque que deixou oito mortos em NY, realizou mais de 1.400 corridas pelo aplicativo

Por Gustavo Silva Atualizado em 4 jun 2024, 20h31 - Publicado em 1 nov 2017, 10h10
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  • Motorista do Uber, com mais de 1.400 corridas registradas, e ex-motorista de caminhão, com duas empresas abertas relativas a atividades de transporte. Essas são algumas das informações a respeito de Sayfullo Saipov, o homem de 29 anos suspeito de ser o autor do ataque desta terça-feira em Nova York que matou oito pessoas e deixou pelo menos uma dezena de feridos.

    Nativo do Uzbequistão, Saipov chegou aos Estados Unidos em 2010 e vivia no país de forma legal, informaram oficiais à agência de notícias Associated Press. As autoridades indicam que sua licença de motorista era da Flórida, estado onde, de acordo com registros públicos, ele manteve um endereço em um complexo residencial na cidade de Tampa. Kobiljon Matkarov, um amigo que conheceu Saipov na região, contou ao jornal New York Post que ele “um cara muito bacana”. “Minhas crianças gostam dele também, ele sempre brincava com eles”, disse.

    O Uber confirmou que Saipov trabalhava com o aplicativo há seis meses, período no qual realizou mais de 1.400 corridas. Em comunicado, a companhia disse que o responsável pelo atentado em Nova York, que foi banido do serviço após o ataque em Nova York, passou por uma checagem de antecedentes. A empresa também diz que está colaborando com o FBI nas investigações.

    Em abril de 2016, Saipov teve um mandato de prisão expedido por perder a audiência de um caso envolvendo uma infração de trânsito, sobre o modelo de freios instalados em seu veículo. Ele se declarou culpado em novembro do mesmo ano, e pagou uma multa de 200 dólares, informa o jornal The New York Times. Segundo o site de notícias NJ, da região de Nova Jersey, o uzbeque foi parado duas vezes por oficiais, em 2012 e 2015, por infrações de trânsito em cidades do estado de Pensilvânia.  Os casos não resultaram em processos criminais.

    De acordo com a rede de notícias ABC News, Saipov mantinha residência em Paterson, subúrbio de Nova Jersey com alta concentração de imigrantes muçulmanos, com sua esposa e três filhos. Acredita-se que quando chegou aos Estados Unidos, o homem de 29 anos se estabeleceu em Ohio, estado onde contava com duas licenças de negócios de transportadoras de caminhões, a Sayf Motors Inc, em Cincinnati, e a Bright Auto LLC, em Cuyahoga Falls. Ao jornal The Cincinnati Enquirer, uma conhecida de Saipov, Dilnoza Abdusamotova, disse que ele se hospedou brevemente com ela e sua família. “Ele costumava a trabalhar sempre, não saia para festas ou coisas do tipo. Ele descansava e saia para voltar ao trabalho”, comentou.

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    Estado Islâmico

    Oficiais ouvidos pela rede de notícias NBC relatam que Saipov deixou bilhetes escritos em árabe no veículo usado para atropelar as vítimas do ataque em Nova York no quais afirmava que a ação foi em prol do Estado Islâmico. A polícia trabalha com a hipótese de o uzbeque ser um “lobo solitário” sem afiliações diretas com o grupo terrorista, que não assumiu a autoria do atentado. Moradores da região de Paterson alegam que embora Saipov e sua esposa aparentavam ser praticantes da religião islâmica, dificilmente visitavam a mesquita local.

    Após cometer o atentado, no qual invadiu uma via restrita para bicicletas e pedestres na West Street e só parou após bater em um ônibus escolar, Saipov desceu do caminhão portando duas armas falsas e foi atingido por um policial no abdômen. Ele foi levado a um hospital, onde passou por cirurgia e, segundo informa o jornal britânico The Telegraph, deve sobreviver.

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou o autor do ataque de “doente e perturbado” em uma postagem no Twitter. “Em NYC, parece que houve outro ataque de uma pessoa muito doente e perturbada. As agências de segurança estão acompanhando isso de perto. Não nos Estados Unidos!”, escreveu Trump, que adicionou em um outro tuíte: “Não podemos permitir que o EI retorne ou entre em nosso país após derrotá-los no Oriente Médio e em outros lugares. Basta!”.

     

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