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Autoridade de segurança da Rússia especula sobre ataque nuclear à Ucrânia

Ao defender uso de armas nucleares contra Kiev, Dmitry Medvedev insinuou que Otan não irá interferir por 'medo de apocalipse nuclear'

Por Da Redação 27 set 2022, 12h41

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, declarou que país estaria pronto para usar armas nucleares contra a Ucrânia. Em publicação no Telegram nesta terça-feira, 27, o ex-premiê reforçou o alerta emitido pelo presidente russo, Vladimir Putin, de que o governo não está blefando sobre a questão.

“Vamos imaginar que a Rússia seja forçada a usar a arma mais temível contra o regime ucraniano, que cometeu um ato de agressão em larga escala perigoso para a existência de nosso Estado”, especulou Medvedev.

+ Qual o tamanho do arsenal nuclear que a Rússia de Putin tem nas mãos

O político russo, que já ocupou os cargos de presidente e primeiro-ministro, argumentou que Moscou tem o direito de se defender com armas nucleares se for levada além de seus limites e que isso “certamente não é um blefe”, repetindo as palavras de Putin.

+ ‘Não acho que Putin esteja blefando’, diz Zelensky sobre armas nucleares

Na semana passada, o líder russo ordenou a primeira mobilização desde a Segunda Guerra Mundial e convocou mais de 300.000 militares para a guerra na Ucrânia. No comunicado televisionado, Putin também anunciou um plano para anexar partes da Ucrânia, alertando ao Ocidente de que não estava blefando sobre a possibilidade de ataque nuclear.

+ Russos tentam deixar o país depois de Putin convocar reservistas

Diplomatas dizem que o aviso teria o objetivo assustar e forçar a redução do apoio de países ocidentais  à Ucrânia.

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Ao descrever o possível ataque nuclear, Medvedev insinuou que a Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos, não se envolveria no conflito por “medo de um apocalipse nuclear”.

“Acredito que a Otan não interferiria diretamente no conflito, mesmo nesse cenário. Os demagogos do outro lado do oceano e na Europa não vão morrer em um apocalipse nuclear”, provocou.

+ Arsenal nuclear global crescerá pela primeira vez desde a Guerra Fria

O aliado de Putin, que uma vez se apresentou como parceiro dos Estados Unidos para liberalizar a Rússia, nos últimos meses tem sido visto como o membro do Kremlin mais publicamente agressivo.

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Desde que o início da guerra, ele repetidamente levantou rumores sobre caos nuclear e usou insultos para descrever o Ocidente.

Os comentários de Medvedev ocorrem no momento em que a Rússia se prepara para anexar grandes áreas do território ucraniano após referendos em regiões controladas pela Rússia na Ucrânia, que a Ucrânia e o Ocidente descreveram como uma farsa ilegal.

Washington não detalhou como irá reagir caso as ameaças se tornem realidade, o que seria o primeiro uso de armas nucleares desde que os EUA atacaram as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.

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O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse no domingo, 25, que Washington responderia decisivamente a qualquer uso russo de armas nucleares contra a Ucrânia e alertou que Moscou enfrentaria “consequências catastróficas”.

Cerca de 90% das ogivas nucleares do mundo estão nas mãos da Rússia e dos Estados Unidos, que continuam sendo as maiores potências nucleares do mundo. A Rússia tem 5.977 ogivas nucleares, enquanto os Estados Unidos têm 5.428, segundo a Federação de Cientistas Americanos.

Além desses, outros países também contam com seus próprios arsenais atômicos, como a China, que contabiliza 350 ogivas, a França, com 290, e o Reino Unido, com 225 armas registradas.

Armas nucleares táticas, na prática um dispositivo nuclear usado no campo de batalha, normalmente têm poder explosivo muito menor do que as vastas ogivas nucleares estratégicas que a Rússia e os Estados Unidos apontam para as principais cidades uns dos outros.

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