Autoridades de Jersey, nas Ilhas do Canal da Mancha, disseram nesta quarta-feira, 13, que congelaram US$ 7 bilhões (R$ 32,8 bilhões) em ativos ligados ao oligarca russo Roman Abramovich, já sancionado pelo Reino Unido há um mês. O bilionário é visado em meio à guerra na Ucrânia, por suas conexões com o Kremlin.
A polícia de Jersey recebeu uma ordem judicial na terça-feira 11, e cumpriu um mandado em um local que acredita-se estar ligado às atividades comerciais de Abramovich na ilha, que faz parte do Reino Unido e é a maior ilha do o canal inglês.
Representantes em Londres de Abramovich, que vendeu seu querido clube de futebol Chelsea após o Reino Unido sancioná-lo em maio, não responderam a pedidos de comentários da imprensa.
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Nos últimos anos, muitos dos ativos de Abramovich – empresas de fachada para investir em fundos de hedge, empresas de private equity, imóveis e iates – foram transferidas das Ilhas Virgens Britânicas para Jersey. Documentos de registro revelam que duas dessas empresas, Matterhorn Capital Ventures e Bradfield Overseas Holdings, têm como diretor Eugene Tenenbaum, sócio de longa data de Abramovich.
Tenenbaum, que nasceu na Ucrânia, mas trabalhou por muitos anos como contador em Toronto, foi diretor de várias empresas do oligarca, incluindo o Chelsea FC. Em um e-mail, ele disse que abandonou a diretoria da Matterhorn and Bradfield.
O congelamento dos ativos em Jersey ocorre poucos dias depois que autoridades das Ilhas Cayman, território britânico no Caribe, disseram que congelaram US$ 7,3 bilhões (R$ 34,2 bilhões) em ativos pertencentes a russos sancionados.
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As autoridades das Ilhas Cayman não divulgaram a quem pertenciam esses ativos, mas as ilhas há muito são um centro de operações para fundos offshore administrados por empresas de private equity americanas. Acredita-se que Abramovich tenha investido bilhões de dólares no setor imobiliário dos Estados Unidos através do local, informou o The New York Times.
Abramovich, cujo patrimônio líquido foi estimado em mais de US$ 10 bilhões (R$ 46,84 bilhões), não foi sancionado nos Estados Unidos. Aparentemente, sua atuação prévia como intermediário nas negociações entre a Ucrânia e a Rússia ainda o protege.