O exército da Ucrânia disse nesta segunda-feira, 12, que ganhou mais terreno contra as forças russas no dia anterior, sugerindo que um avanço relâmpago no nordeste do país ainda pode acontecer.
Depois de uma ofensiva no fim de semana, que reconquistou centenas de quilômetros quadrados de território, militares informaram que avançaram sobre mais 20 cidades e vilarejos ucranianos nas últimas 24 horas que estavam sob controle russo. A alegação não pôde ser verificada de forma independente.
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou, no domingo 11, um mapa que mostra que suas forças recuaram para o lado leste do rio Oskil, cerca de 16 quilômetros a leste da cidade de Izium, um importante centro logístico para Moscou que seus soldados abandonaram no sábado. O mapa indicava que as forças ucranianas haviam expulsado os militares russos de quase toda a região de Kharkiv.
As forças ucranianas superaram os russos em oito para um no contra-ataque da semana passada na região de Kharkiv, disse o principal oficial de ocupação da Rússia, Vitaly Ganchev, em uma entrevista à televisão russa.
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Isso representa um enfraquecimento significativo do controle russo sobre o leste da Ucrânia, uma região que usa como reduto para travar sua guerra desde fevereiro.
A retirada desordenada da Rússia abalou o Kremlin e amplificou as vozes no Ocidente exigindo que mais armas sejam enviadas para ajudar a Ucrânia a vencer.
Segundo a agência de inteligência de defesa do Reino Unido, o avanço da Ucrânia provavelmente forçou a maioria das tropas russas no país “a priorizar ações defensivas de emergência”.
“A confiança já limitada que os soldados têm na liderança militar sênior da Rússia provavelmente se deteriorará ainda mais”, disse.
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Para os Estados Unidos, o avanço foi um desenvolvimento animador e sugere que as tropas russas estavam em uma desordem significativa. Mas altos funcionários do Pentágono e da Casa Branca pediram cautela, expressando dúvidas sobre a capacidade das forças ucranianas de empurrar a Rússia para trás das fronteiras que existiam em 23 de fevereiro, um dia antes da invasão.
Serhiy Grabskyi, um ex-coronel do exército ucraniano, alertou que chegar longe demais pode deixar o exército ucraniano esticado e vulnerável. “Agora – e é doloroso para mim dizer como ucraniano – temos que decidir onde parar”, disse ele.
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Além disso, as forças russas em retirada retaliaram com ataques de mísseis de longo alcance e ataques aéreos, disseram autoridades ucranianas e americanas. Na noite de domingo, Moscou atacou instalações de infraestrutura em Kharkiv, deixando muitos civis sem energia e água. A maioria dos serviços foi restabelecida na manhã de segunda-feira, informou a agência de notícias Ukrinform.
Um porta-voz do Kremlin não se intimidou pelos avanços, dizendo que as operações na Ucrânia continuariam “até que todas as tarefas inicialmente definidas” fossem cumpridas.