Avós da Praça de Maio dizem ter encontrado 140º neto sequestrado pela ditadura argentina

As Avós da Praça de Maio anunciaram nesta segunda-feira, 7, a identificação do 140º neto sequestrado durante a última ditadura militar argentina (1976–1983). Fundada em 1977, a organização de direitos humanos convocou uma entrevista coletiva em Buenos Aires para divulgar detalhes sobre a identidade do homem, mais um dos filhos de desaparecidos localizado após décadas de busca.

Estima-se que cerca de 500 crianças tenham sido tiradas de suas mães em centros clandestinos de detenção e entregues a famílias ligadas ao regime, com identidades falsas. Desde então, as Avós da Praça de Maio têm reconstituído essas histórias com apoio de bancos de DNA, documentos e denúncias anônimas.

A descoberta ocorre poucos meses após o anúncio da 139ª neta, feito em janeiro. Ela é filha de um casal sequestrado em novembro de 1977, quando a mãe estava grávida de seis a sete meses. Já em junho, o grupo confirmou a restituição do neto de número 138, filho de Marta Enriqueta Pourtalé e Juan Carlos Villamayor, ambos desaparecidos em dezembro de 1976.

Essas identificações foram possíveis graças ao trabalho da Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (Conadi), ligada à Secretaria de Direitos Humanos da Argentina, que, segundo as Avós, é essencial para garantir a continuidade dos “processos de memória, verdade e justiça”.

Estela de Carlotto, presidente da associação, destacou em situações anteriores que “a verdade sobre os crimes da ditadura continua vindo à tona” e reforçou a necessidade de proteger as instituições responsáveis por essas identificações.

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