Baleia à deriva no rio Sena morre após resgate malsucedido
Orca de 4 metros chamou atenção depois de ser vista na foz de um dos principais rios da França e nadar dezenas de quilômetros até noroeste do país

Uma baleia orca separada de seu grupo e que nadou dezenas de quilômetros pelo rio Sena, na França, morreu de causas naturais, afirmou nesta segunda-feira o grupo de campanha Sea Shepherd, após tentativas de devolver o animal ao mar fracassarem. Segundo especialistas, o animal estava com dores agonizantes e doente em estado terminal.
“Encontramos nesta manhã”, afirmou Lamya Essemlali, chefe da Sea Shepherd France.
A orca de 4 metros, identificada como macho, chamou atenção depois de ser vista pela primeira vez na foz do Sena em 16 de maio, entre o porto de Le Havre e a cidade de Honfleur, na Normandia, antes de nadar dezenas de quilômetros rio acima para chegar na cidade de Ruão, no noroeste da França.
https://twitter.com/SeaShepherdFran/status/1531228137987661825
No sábado, 28, especialistas do escritório francês de biodiversidade (OFB) e da ONG Sea Shepherd iniciaram uma operação para guiar a baleia de volta ao mar com um alto-falante submerso para transmitir ruídos familiares ao do cetáceo.
Entretanto, a baleia respondeu de forma “errática” e “incoerente” aos estímulos sonoros, disse um comunicado do Departamento Marítimo do Sena.
“Tendo falhado a tentativa de trazer a baleia de volta ao mar, e para evitar aumentar os níveis de estresse, foi tomada a decisão de interromper a intervenção à noite”, informou o governo local.
Cientistas revisaram fotos e dados da intervenção e concluíram que o animal sofria de mucormicose, ou fungo negro, uma doença observada em baleias na América do Norte, mas que ainda não havia sido observada na Europa.
Depois de infectar a pele de animais enfraquecidos, a doença pode se espalhar para o coração, pulmões e cérebro, o que explica o comportamento desorientado da baleia, alegou a prefeitura.
“Nessas condições, o grupo de especialistas concluiu por unanimidade que a única solução possível era a eutanásia do animal para acabar com seu sofrimento e, também, fazer uma análise avançada da doença que ele carrega”, disse a prefeitura.
Antes que pudessem dar prosseguimento à eutanásia, no entanto, o animal morreu de causas naturais. O corpo será retirado do rio para uma autópsia, segundo autoridades locais.