Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Relâmpago: Revista em casa por 8,98/semana

Bandeiras da Inglaterra viram alvo de controvérsia em meio a onda anti-imigração

Passaram a hastear as flâmulas por todo o país como 'símbolo de orgulho inglês', mas movimento gerou apreensão devido à tensão da questão migratória

Por Flávio Monteiro
27 ago 2025, 12h03

Nas últimas semanas, uma cena mais comum aos Estados Unidos começou a se repetir em terras britânicas: dezenas de casas ao redor do Reino Unido passaram a hastear bandeiras nacionais. Segundo apoiadores do movimento, se trata de uma campanha para mostrar orgulho nacional. No entanto, a ação gerou apreensão entre críticos, porque ocorre num momento marcado por crescentes tensões sobre a questão migratória e uma onda de sentimento anti-estrangeiros.

A mobilização em torno da Union Jack — bandeira do Reino Unido — e da Cruz de São Jorge — bandeira da Inglaterra — emerge em momento no qual a imigração se tornou a principal preocupação dos eleitores, de acordo com dados da empresa YouGov. O surgimento das flâmulas nas ruas britânicas coincidiu com uma série de protestos em frente a hotéis que abrigam solicitantes de asilo.

+ Portugal aprova megapacote anti-imigrantes que deve afetar brasileiros

As primeiras aparições dos símbolos nacionais ocorreram em Birmingham, mas grupos em todo o país passaram a incentivar a exibição dos estandartes, antes relegados ao papel de ornamento em prédios públicos.

“É a nossa bandeira, deveríamos ter orgulho de hasteá-la”, disse a bartender Livvy McCarthy à agência de notícias Reuters. “Todos os outros países podem fazer o mesmo, então qual é o problema?”

Segundo os Weoley Warriors, primeiro grupo a exaltar os estandartes, a mobilização é uma forma de mostrar o quanto se orgulham da “história, liberdades e conquistas” britânicas. Autodenominados “homens ingleses orgulhosos”, os Warriors não deram mais detalhes sobre as razões do hasteamento das bandeiras.

Continua após a publicidade

+ Com a onda anti-imigratória, cresce o polêmico negócio da exportação de presos

A mobilização não foi ignorada pelas autoridades britânicas. Alguns conselhos locais removeram as flâmulas por razões de segurança. De acordo com um porta-voz do primeiro-ministro do país, Keir Starmer, apesar de as peças serem símbolos da herança e dos valores da nação, alguns querem usá-las para causar conflitos.

Diversos políticos ingleses da oposição apoiaram o movimento, incluindo Nigel Farge, do partido de extrema direita Reform UK — que acaba de anunciar um plano para deportar 600 mil imigrantes do Reino Unido em cinco anos, caso seja eleito premiê —, e Robert Jenrick, do Partido Conservador. Na rede social X (antigo Twitter), Jenrick acusou os conselhos que removeram as bandeiras de “odiar” a Grã-Bretanha.

Continua após a publicidade

Não é a primeira vez que símbolos nacionais ingleses são cooptados para fins políticos. Durante a década de 1970, a Union Jack foi vinculada ao partido supremacista branco Frente Nacional, enquanto a Cruz de São Jorge se tornou adereço comum a grupos de extrema direita.

Devido ao histórico problemático envolvendo os símbolos, membros de comunidades de imigrantes têm demonstrado temores diante da súbita promoção de orgulho inglês. “A preocupação vem do fato de que, se a situação piorar, pode se transformar em outra coisa”, afirmou o nigeriano Stanley Oronsaye, de 52 anos, à Reuters.

Morador de Tower Hamlets, distrito de Londres conhecido como um caldeirão cultural por abrigar diferentes comunidades migrantes, Oronsaye afirma que todos têm o direito de expressar suas opiniões sobre a questão migratória, desde que estejam dentro dos limites da lei.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas.

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

A notícia em tempo real na palma da sua mão!
Chega de esperar! Informação quente, direto da fonte, onde você estiver.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 1,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 28% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 10,00)
De: R$ 55,90/mês
A partir de R$ 39,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$1,99/mês.