Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Bando ridículo: ataque dos radicais ao Capitólio marcou o ano nos EUA

Jacob Chansley, 34 anos, ex-ator e ex-marinheiro, foi um dos primeiros a invadir o prédio, onde a vitória de Biden na eleição estava sendo sacramentada

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h33 - Publicado em 23 dez 2021, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Nos corredores e salões do Capitólio em Washington, de onde deputados e senadores tinham saído correndo minutos antes em busca de esconderijos seguros, um homem tatuado e pintado, pele de animal sobre os ombros nus e adereço de chifres na cabeça, com pinta de cantor do lendário Village People, circulava aos gritos, batendo no peito e brandindo sua lança (na verdade, um mastro de bandeira). No inimaginável dia 6 de janeiro de 2021, o Congresso dos Estados Unidos, país que se proclama, orgulhoso, o farol do mundo livre, havia sido invadido por uma turba, e aquela figura meio selvagem, meio ridícula virou símbolo de um momento de limites rompidos na democracia americana. Jacob Chansley, 34 anos, ex-ator e ex-marinheiro, foi um dos primeiros a invadir o prédio, onde a vitória de Joe Biden na eleição presidencial estava sendo sacramentada. Posteriormente diria estar atendendo ao chamado de Donald Trump — em um comício perto dali, cercado de apoiadores, o ex-­presidente batera com vigor na sua tecla preferencial, a fantasia de que a eleição da qual saiu derrotado tinha sido fraudada. No apagar das luzes do mandato trumpista, o Poder Legislativo virou refém dos radicais.

    Depois de circular livremente por gabinetes e plenários — no pódio da presidência do Senado, Chansley escreveu: “É só questão de tempo. A justiça está chegando” —, o bando foi contido pela polícia, que usou gás lacrimogênio para dispersá-lo. Cinco pessoas morreram. No movimento pró-Trump, ainda vigoroso e capaz de manter o país rachado ao meio, a invasão do Congresso virou senha para manifestações de força e ameaças dentro e fora das redes sociais — de onde Trump, o próprio, foi excluído. Identificados em vídeos de câmeras de segurança e nas redes sociais, centenas de invasores foram chamados a depor e vários acabaram presos, entre eles Chansley. Na cadeia, ele se desiludiu de Trump, de quem esperava rápido perdão. Em longo e embaralhado depoimento no fim de seu julgamento, em novembro, citou Jesus e Gandhi, falou de suas tatuagens, se disse arrependido, pediu desculpas e revelou que, quando se olha no espelho, diz: “Você fez uma enorme idiotice”. Está cumprindo pena de três anos e meio de prisão.

    Publicado em VEJA de 29 de dezembro de 2021, edição nº 2770

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.