O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sua esposa, Michelle Obama, participarão de eventos de campanha da vice-presidente Kamala Harris na próxima semana, informou a agência de notícias Reuters. A entrada dos Obama, populares na base democrata, no circuito eleitoral teria como objetivo impulsionar a campanha da candidata, em um pleito acirradíssimo contra o ex-presidente Donald Trump.
Obama apoiará Kamala na quinta-feira, 24, na Geórgia. Ele tem participado de eventos pelo território americano, com passagem recente por Pittsburgh e com próximas paradas em Tucson, Las Vegas, Detroit e Madison. Por sua vez, Michelle, que foi cogitada pela imprensa como substituta do presidente Joe Biden após abandonar a corrida, aparecerá ao lado de Harris em 26 de outubro, no estado de Michigan.
Em agosto, durante a Convenção Nacional Democrata, o casal incentivou os eleitores americanos a votarem em Kamala e relembraram os ataques de Trump contra os dois. Sob aplausos, Michelle disse que o republicano tinha uma “visão limitada e estreita do mundo”, que “o fez se sentir ameaçado pela existência de duas pessoas trabalhadoras, altamente educadas e bem-sucedidas, que também eram negras”.
Obama, por sua vez, argumentou que os EUA não precisam de “mais quatro anos de fanfarronice, trapalhadas e caos”, em referência ao mandato de Trump, acrescentando: “Já vimos esse filme antes, e todos sabemos que a sequência geralmente é pior”.
“A América está pronta para um novo capítulo. A América está pronta para uma história melhor. Estamos prontos para uma presidente Kamala Harris”, afirmou o ex-presidente.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos, divulgada nesta quarta-feira, 16, confirmou o cenário páreo a páreo: embora a democrata tenha mantido vantagem de 3 pontos percentuais, Harris e Trump estão próximos, com 45% e 42%, respectivamente. Apenas 46% dos entrevistados disseram ter uma opinião favorável sobre Harris, contra 42% de Trump.
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Parceria Harris-Obama
Kamala e Barack são americanos não brancos, uma experiência compartilhada que, possivelmente, aproximou os dois. Durante a primeira campanha presidencial de Obama, Kamala, filha de uma cientista indiana e de um professor de economia jamaicano, ia de porta em porta explicar as complexidades da identidade de Obama a eleitores e pedir doações.
Já presidente, em 2010, quando Kamala concorreu ao cargo de procuradora-geral da Califórnia contra um popular adversário republicano, Obama tirou um tempo para participar de um comício, no qual discursou sobre sua “querida amiga”. Kamala venceu por menos de um ponto percentual aquela disputa. Quando ela decidiu se lançar ao Senado, em 2016, ele esteve lá novamente, no fim do seu segundo mandato como presidente.
Kamala lançou-se como pré-candidata à Presidência em sua cidade natal, Oakland, diante de uma multidão de 20.000 pessoas em 2019. Como todos os outros candidatos disputando a nomeação democrata, ela encontrou-se, claro, com Obama para defender sua candidatura.
Obama, cujo próprio vice-presidente estava montando uma candidatura eleitoral, queria ficar fora da briga política e esperar até que o partido selecionasse seu indicado antes de oferecer seu cobiçado endosso. A campanha dela fracassou em menos de um ano, mas Joe Biden a convidaria para ser sua vice, uma opção supostamente apoiada pelo amigo de longa data.