Barack Obama: ‘se mulheres liderassem mais nações, o mundo seria melhor’
Declaração sugere apoio a Elizabeth Warren, em terceiro lugar entre os candidatos democratas à eleição americana de 2020
Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, declarou nesta segunda-feira, 16, que, se todos os países fossem governados por mulheres, o mundo seria melhor. A fala ocorreu durante um evento privado sobre liderança em Singapura e resultou em especulações sobre qual dos pré-candidatos democratas é seu preferido para as eleições presidenciais de 2020, segundo o jornal The Washington Post.
“Tenho certeza absoluta de que, por dois anos, se todas as nações do mundo fossem governadas por mulheres, veríamos uma melhoria significativa em todos os aspectos, em quase tudo… padrões de vida e resultados”, disse Obama, que governou os Estados Unidos de 2009 a 2017.
Entre os possíveis candidatos do Partido Democrata para enfrentar Donald Trump, o atual líder americano, há três mulheres: a deputada Tulsi Gabbard, a senadora Amy Klobuchar e a senadora Elizabeth Warren, uma das favoritas entre todos os 15 pré-candidato ainda na corrida.
A declaração de Obama apresenta um possível e tímido aceno a Warren, que tem 16% das intenções de voto, atrás apenas de Joe Biden, ex-vice-presidente da administração Obama, e do senador socialista Bernie Sanders.
“Agora, mulheres, eu só quero que vocês saibam: vocês não são perfeitas, mas posso dizer que são indiscutivelmente melhores do que nós [homens]”, completou o ex-presidente americano.
Ele destacou ainda que a origem da maioria dos problemas no mundo está em pessoas mais velhas, sobretudo homens, que insistem em se manter no poder.
As mulheres no governo Obama
O governo de Obama foi marcado por algumas iniciativas em favor da igualdade de gênero. Entre elas, o ex-presidente nomeou mais duas mulheres para a Suprema Corte, restaurou proteções contra a discriminação salarial e criou o Conselho da Casa Branca para Mulheres e Meninas, para garantir que as agências federais considerassem as necessidades das mulheres nas políticas que elaboram.
Em seu seleto gabinete de 22 pessoas, havia 7 mulheres (32% dos membros). Embora ainda não fosse a porcentagem ideal, esta foi a equipe com mais mulheres dos últimos seis presidentes americanos. O gabinete de Trump tem apenas quatro.
Mesmo assim, ser uma mulher na política durante o governo de Obama não era um mar de rosas. Para serem escutadas e reconhecidas, as funcionárias precisaram desenvolver uma estratégia apelidada de “amplificação”, que compartilharam com o jornal americano The Washington Post em 2016. Durante reuniões, quando uma mulher trazia um ponto-chave, outras mulheres o repetiam, dando crédito à autora. Isso forçava os homens a reconhecer a contribuição e impedia que reivindicassem a ideia para eles mesmos.