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Bento XVI diz que casamento de pessoas do mesmo sexo é obra do anticristo

Em obra publicada na Alemanha, o papa emérito de 93 anos alega ser vítima de uma "distorção maligna da realidade"

Por Da Redação
Atualizado em 4 Maio 2020, 11h28 - Publicado em 4 Maio 2020, 11h07
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  • O papa emérito Bento XVI, conhecido por suas posições tradicionalistas, afirma que seus opositores desejam calar sua voz e compara o casamento entre pessoas do mesmo sexo ao “anticristo”, em uma biografia autorizada publicada nesta segunda-feira, 4, na Alemanha.

    Joseph Ratzinger, 93 anos, alega ser vítima de uma “distorção maligna da realidade” no livro que recebeu o título Bento XVI – Uma Vida e que inclui várias entrevistas, de acordo com os trechos publicados pela imprensa alemã.

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    Na obra, Bento afirma que “há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade (…) Acontece a mesma coisa com o aborto e a criação de vida humana em laboratório”.

    Ainda no livro, o papa emérito alega que “a verdadeira ameaça para a Igreja é a ditadura mundial de ideologias que se pretendem humanistas”.

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    Na Alemanha, onde a Igreja Católica é comandada por clérigos considerados reformistas, Bento é criticado com frequência por suas opiniões sobre o Islã ou questões sociais. “O espetáculo de reações vindas da teologia alemã é tão equivocado e mal-intencionado que eu prefiro não falar sobre isto”, afirmou no livro.

    Bento XVI, que foi papa entre 2005 e 2013, é acusado de tentar sabotar os esforços de modernização da Igreja de seu sucessor, o papa Francisco, apesar de afirmar no livro que possuí boas relações com o atual pontífice.

    Em fevereiro, Bento XVI se viu envolvido em uma polêmica no Vaticano quando seu secretário particular foi afastado do entorno do papa Francisco.

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    A decisão foi tomada após a publicação de um livro assinado pelo papa emérito e o cardeal guineano ultraconservador Robert Sarah, no qual defendiam o celibato dos padres, um tema muito polêmico na Igreja.

    Alguns consideraram o livro uma tentativa de interferência no pontificado do papa Francisco e, inclusive, um manifesto da ala tradicionalista da Igreja. Após 48 horas de polêmica, Bento XVI pediu a retirada de seu nome da capa do livro, da introdução e das conclusões.

    (Com AFP)

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