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Biden sobre 11 de setembro: ‘ato indescritível de covardia e ódio’

Presidente dos Estados Unidos participa de cerimônia que marca os 20 anos dos ataques terroristas promovidos pela Al Qaeda

Por Da Redação Atualizado em 11 set 2021, 12h54 - Publicado em 11 set 2021, 11h38
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  • Acompanhado dos ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden participa na manhã deste sábado, 11, de sucessivas homenagens às quase 3.000 vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O ataque suicida que alterou o rumo da história, e que completa 20 anos hoje, foi descrito por Biden como “um ato indescritível de covardia e ódio”. De cabeça baixa, ele ouviu um a um os nomes dos mortos no World Trade Center, nos ataques ao Pentágono, e na queda do voo 93, sequestrado para atingir o Capitólio e que caiu na Pensilvânia. Minutos de silêncio eram convocados quando os aviões tocaram as Torres Gêmeas em 2001 e também quando os edifícios vieram abaixo, consumidos pelas chamas.

    “Vinte anos atrás, quase 3.000 vidas foram interrompidas por um ato indescritível de covardia e ódio em 11 de setembro. Como nação, nunca devemos esquecer aqueles que perdemos durante um dos momentos mais sombrios de nossa história e a dor duradoura de suas famílias e entes queridos”, afirmou Biden em uma rede social. O atual presidente era senador no ano em que os aviões atingiram as torres e estava a caminho de Washington, vindo de Delaware, sua base política, quando o primeiro voo da American Airlines, sequestrado por terroristas da Al Qaeda, atingiu um dos complexos arquitetônicos mais icônicos da cidade de Nova York.

    Presidente à época dos ataques, o republicano George W. Bush participou de outra solenidade em respeito aos 20 anos dos atentados de 11 de setembro, no estado da Pensilvânia, e destacou, entre outros pontos, o alistamento em massa de americanos para a chamada Guerra ao Terror e a mudança global em protocolos de segurança para evitar que aeronaves pudessem ser novamente usadas como armas para o terrorismo. “Muitos americanos tinham dificuldade de entender o ódio do inimigo. As medidas de segurança [em voos e aeroportos] eram lembretes de nossas vulnerabilidades”, disse. “Os americanos têm força de sobreviver ao que de pior a vida pode apresentar. Você [que lutou na Guerra ao Terror] defendeu as crenças do seu país, defendeu os mais fracos e foi o rosto da esperança nos momentos de escuridão. Nada que acontecer pode diminuir suas honras e seus feitos”, completou.

    Bush, que cumpria agenda em uma escola infantil no estado da Flórida quando foi informado sobre os ataques, em 2001, exaltou neste sábado a memória dos milhares de mortos, a resiliência do povo americano após os atentados e a corajosa decisão dos 40 passageiros e tripulantes do voo 93 que, sequestrado para alvejar o Capitólio, foi derrubado antes para que os mortos fossem em menor número. Ele não mencionou temas controversos resultantes do 11 de setembro, como a prisão de Guantánamo, a guerra do Iraque e a ampliação da islamofobia no país, e optou por adotar um tom mais emocional a seu discurso. “Terroristas escolheram um grupo aleatório de americanos em um voo de rotina para virar dano colateral. Os passageiros do voo 93 poderiam ser qualquer um de nós, um grupo aleatório de americanos (…) combateu os planos do mal. Esses americanos estavam juntos e fortes em uma dimensão que chocou os terroristas, mas não devia chocar nenhum de nós”, disse.

    Também na cerimônia no estado da Pensilvânia, onde caiu prematuramente o avião sequestrado para atacar o Congresso americano, a vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris relembrou as perdas e os impactos emocionais para milhares de famílias das vítimas dos atentados e destacou como o ódio a uma cultura pode semear ataques e, no pós-11 de setembro, xenofobia. “Queria que [familiares das vítimas] soubessem que essa nação enxerga vocês, entende vocês e está ao seu lado. Nesse dia solene de memória devemos nos perguntar, sim, e pensarmos em olhar para trás e relembrar [os atentados] pelo bem de nossas crianças, das crianças deles, e também devemos olhar para frente, também devemos olhar para futuro. Ao final é a luta que nós temos”, discursou ela.

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    A leitura dos nomes no memorial do Marco Zero, em Nova York, começou, em ordem alfabética, com o banqueiro Gordon M. Aamoth Jr e foi permeada por apresentações de violino, minutos de silêncio e uma performance do cantor americano Bruce Springsteen. A cerimônia em homenagem às vítimas dos 20 anos do 11 de setembro ocorre também no Pentágono, onde outra aeronave em poder de terroristas caiu e matou 125 pessoas.

    O governo brasileiro, por meio do Ministério de Relações Exteriores, também relembrou o aniversário dos atentados, que resultaram na morte de três brasileiros, e em nota disse que “renova sua solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao governo dos Estados Unidos da América”. “Todo ato de terrorismo constitui, em si, crime injustificável. O Brasil reitera seu repúdio ao terrorismo em todas suas formas e mantém seu compromisso de trabalhar com a comunidade internacional para combater esse flagelo e a suas causas”, afirmou o Itamaraty.

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