Três dos quatro filhos do bilionário dinamarquês Anders Holch Povlsen morreram na série de atentados terroristas que atingiram o Sri Lanka no domingo 21, segundo informações de um porta-voz do empresário à BBC.
O representante preferiu não divulgar o nome das crianças, mas confirmou que a família estava visitando o país asiático no feriado de Páscoa. Holch Povlsen é dono da empresa têxtil Bestseller e um dos maiores acionistas da gigante companhia de moda ASOS, além de ser o maior proprietário de latifúndios particulares no Reino Unido, de acordo com o jornal britânico The Times.
“Infelizmente, as notícias foram confirmadas”, disse o porta-voz da Bestseller em um e-mail aos jornalistas. “Pedimos que respeitem a privacidade da família. Não temos mais informações a oferecer.”
Além do investimento no setor têxtil, Holch Povlsen comprou pelo menos doze propriedades na Escócia em nome de outra de suas empresas, a Wildland, descrita como um projeto de conservação de locais históricos. O tradicional Castelo de Aldourie é uma das propriedades envolvidas nos planos, com a instalação de um famoso hotel cinco estrelas às margens do Lago Ness.
“Este é um projeto que não realizaremos em vida, mas que dará frutos não apenas para nossas próprias crianças como para as gerações de visitantes que, assim como nós, têm um grande afeto pelas Terras Altas da Escócia”, descrevem Holch Povlsen e sua esposa, Anna, no site da iniciativa.
“Queremos restaurar nossas propriedades nas Terras Altas e reparar os danos que ocorreram por causa da interferência humana.”
Minoria cristã
Até agora, foram contabilizados 290 mortos e pelo menos 500 feridos na série de explosões simultâneas contra igrejas, hotéis e condomínios de Colombo, a maior cidade do Sri Lanka, no domingo de Páscoa. A polícia local prendeu 24 pessoas e o porta-voz do governo, Rajitha Senaratne, anunciou nesta segunda-feira 22 que um grupo terrorista islamita local, o National Thowheeth Jama’ath (NTJ), está por trás da série de ataques.
Ainda que sete homens-bomba sejam do Sri Lanka, há suspeitas de vínculos da organização com grupos estrangeiros, segundo o porta-voz. “Não acreditamos que uma organização pequena deste país tenha conseguido fazer tudo isso. Estamos investigando outros vínculos”, disse Senaratne.
Os ataques não foram reivindicados até o momento e a Presidência decretou estado de emergência a partir da meia-noite desta terça-feira, 23 (15h30 de Brasília de segunda), em nome da “segurança pública”.
A maior parte das vítimas identificadas tem cidadania asiática e muitas delas são parte da minoria cristã do Sri Lanka, cerca de 7% da população total.