O esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Movimento Regeneração Nacional (Morena), venceu as eleições presidenciais do México com folgada diferença sobre seus oponentes, de acordo com pesquisas de boca de urna.
Os dados preliminares do Instituto Nacional Eleitoral (INE), com base nas primeiras atas, dão a López Obrador 42,8% dos votos, a Ricardo Anaya, do conservador Partido Ação Nacional (PAN), 29,3%, e a José Antonio Meade, do governista Partido Revolucionário Institucional (PRI), 18%. Pesquisa divulgada pela TV Azteca dá a López Obrador 51% dos votos, seguido por 23% de Anaya e 18% de Meade. Já o instituto Consulta Mitofsky atribui a López Obrador entre 43% e 49% dos votos.
Em entrevista coletiva, Meade reconheceu que as “tendências não favorecem” o PRI. “Andrés Manuel López Obrador foi quem obteve a maioria (…). Pelo bem do México, desejo que ele tenha o maior sucesso”, disse o candidato em seu QG de campanha.
Anaya também reconheceu a derrota. “A informação de que disponho revela que a tendência favorece Andrés Manuel López Obrador. Falei com ele há alguns minutos (por telefone) para reconhecer sua vitória e desejar o maior sucesso pelo bem do México”, declarou Anaya.
Caso os levantamentos de boca de urna se confirmem, o resultado indica a sensível queda dos governistas do PRI no pleito, afetados por um mandato de Enrique Peña Nieto (2012-2018), que foi marcado pelos escândalos de corrupção e uma onda de violência.
As eleições foram ofuscadas pela campanha eleitoral mais violenta da história recente do México, com pelo menos 145 políticos assassinados desde setembro (48 eram pré-candidatos, ou candidatos). Um número significativamente maior do que o registrado em 2012, quando nove políticos e um candidato foram assassinados.
Neste domingo, uma militante do Partido do Trabalho (PT) e um membro do governista PRI foram assassinados no país.
A disputa eleitoral contou com observadores da Organização de Estados Americanos provenientes de 23 países e a vigilância de policiais e militares em todo país.
(Com AFP e EFE)