Boca de urna indica vitória de Netanyahu em Israel
Com votos conquistados pelo Likud e legendas ultraortodoxas e de extrema direita, premiê está perto de formar novo governo
As primeiras pesquisas de boca de urna das eleições de Israel indicam uma vitória do partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com uma vantagem de quatro assentos em relação ao seu maior oponente, o Azul e Branco do general reformado Benny Gantz.
Segundo as pesquisas de boca de urna divulgadas pelos canais de TV 12 e 13, o Likud de Netanyahu conseguiu 37 cadeiras, contra 33 do Azul e Branco.
Ainda de acordo com as previsões publicadas nesta segunda-feira, 2, os três principais partidos ultraortodoxos e de extrema direita do país teriam conquistado juntos 23 assentos. Com esse total, o bloco formado pelo Likud estaria a apenas um deputado de conseguir formar um governo de coalizão.
O Knesset, Parlamento israelense, é formado por 120 deputados, e a maioria de 61 é necessária para a formação de um governo e a escolha do premiê. Juntos, Likud e as legendas ultraortodoxas e de extrema direita têm 60 deputados. Já o bloco de centro-esquerda e os árabes somam 54.
Na mira da Justiça
Netanyahu foi indiciado em janeiro em três casos judiciais – por suborno, fraude e quebra de confiança. Em dois deles, é acusado de ter trocado favores por coberturas positivas na imprensa local. No terceiro por receber presentes no valor de 700.000 shekels (cerca de 853.000 reais) de um produtor de Hollywood. O julgamento de Bibi está marcado para 17 de março, pouco mais de duas semanas após as eleições.
A lei israelense estabelece que qualquer ministro sujeito a um processo criminal deve renunciar ao cargo, mas isso não se aplica ao primeiro-ministro. Se conseguir formar um governo e se consagre premiê, Netanyahu estará a salvo por mais alguns anos. Caso contrário, seu futuro político pode estar ameaçado.
Imunidade
Embora possa permanecer na posição de premiê, Benjamin Netanyahu não goza de imunidade judicial. Netanyahu solicitou ao Parlamento, no início de janeiro, que lhe desse esse benefício depois das eleições legislativas de 2 de março, apostando em sua vitória para obter a maioria e, assim, se proteger da Justiça.
Mas os partidos da oposição convenceram a maioria dos deputados a examinar seu pedido de imunidade antes das eleições. Diante da rejeição antecipada a seu pedido, Netanyahu retirou no final de janeiro sua solicitação.