O presidente Jair Bolsonaro concedeu a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, no grau de Grã-Cruz, ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O decreto com a concessão foi publicado no Diário Oficial desta sexta-feira, 18.
Segundo o portal do Itamaraty, a honraria representa a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros, e dá-se por decreto presidencial, como um ato de diplomacia. A ordem é destinada para gratificar pessoas físicas ou jurídicas do exterior que “tenham se tornado dignas do reconhecimento da Nação brasileira”.
Personalidades como a Rainha Elizabeth II, o presidente da Síria Bashar al-Assad e o argentino Che Guevara são alguns dos que já receberam a Ordem.
A publicação ocorre menos de um mês depois da primeira visita de Netanyahu ao Brasil. Na época, em sua conta do Twitter, ele elogiou o bom relacionamento e a grandeza do país: “É uma grande mudança com Bolsonaro. Estou contente por podermos começar uma nova era entre Israel e a grande potência chamada Brasil.”
Em dezembro, Bolsonaro e Netanyahu se reuniram no Rio de Janeiro e o israelense estendeu sua visita para assistir à posse do novo presidente. Antigo morador da cidade, Bolsonaro declarou que Brasil e Israel, mais do que parceiros, são “irmãos no futuro, na economia, em tecnologia, em tudo aquilo que possa trazer benefícios para os dois países”. Netanyahu agradeceu pela “gentilíssima recepção”: “Israel é a terra prometida. E o Brasil é terra da promessa (para o futuro)”, afirmou na ocasião.
O primeiro-ministro disse que convidou o presidente brasileiro para visitar Israel. Bolsonaro aceitou o convite, e tem a intenção de fazer a viagem até março deste ano, quando deve entregar a medalha do Cruzeiro do Sul, já que a condecoração deve ser feita pessoalmente por uma autoridade da República.
Durante a campanha presidencial, Bolsonaro manifestou o desejo de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, o que causou polêmica com a Liga Árabe mas aproximou os dois líderes. Com a mudança, o Brasil estaria admitindo que a capital de Israel é Jerusalém, passando por cima da posição reivindicada pela Palestina e o reconhecimento dos dois Estados deliberado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
(com Agência Brasil, Estadão Conteúdo)