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Com agenda regional densa, Bolsonaro faz 1ª visita à Argentina

Principais focos de encontro com Macri devem ser o Mercosul e a relação com a Venezuela; protestos são esperados em Buenos Aires contra o brasileiro

Por Da Redação Atualizado em 6 jun 2019, 08h20 - Publicado em 6 jun 2019, 02h01
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  • O presidente Jair Bolsonaro realizará, nesta quinta-feira, 6, sua primeira visita oficial à Argentina, onde discutirá com o presidente do país, Mauricio Macri, uma densa agenda de assuntos políticos, comerciais e regionais.

    A viagem será marcada por protestos convocados por movimentos políticos, sociais e sindicais da Argentina, que afirmam que o “ódio” de Bolsonaro “não é bem-vindo” no país.

    Bolsonaro sairá de Brasília na própria quinta-feira e, após fazer uma oferenda floral no monumento do general José de San Martín, pai da pátria argentina, se reunirá a sós com Macri na Casa Rosada.

    A pauta da conversa entre os dois abrangerá uma série de assuntos bilaterais, com ênfase na cooperação em defesa, ciência e tecnologia, energia e mineração. Mas o foco da reunião deve ser a situação do Mercosul e a crise da Venezuela.

    Sobre o Mercosul, eles devem discutir um processo de modernização do mecanismo de integração que busque reduzir as barreiras comerciais e as negociações entre o bloco e a União Europeia, que já duram duas décadas, mas avançaram nas últimas rodadas de negociação.

    Já quanto a Venezuela, porta-vozes dos dois governos disseram à agência Efe que a Argentina e o Brasil, membros do Grupo de Lima, têm a “mesma sensibilidade” e o “mesmo desejo” que “haja uma normalização democrática” no país, com a convocação de eleições livres para pôr fim ao governo de Nicolás Maduro.

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    “Maduro não é quem manda. Maduro é hoje um fantoche na Venezuela. (…) Tem que haver fissura na cúpula do Exército venezuelano. Até que isso não ocorra, esse assunto não acabará”, disse Bolsonaro em entrevista divulgada no sábado pelo jornal argentino La Nación.

    Macri, que visitou o Brasil no último dia 16 de janeiro, e Bolsonaro depois terão uma reunião ampliada com a presença de vários ministros. O encontro será finalizado com uma declaração dos presidentes à imprensa, sem perguntas de jornalistas.

    Bolsonaro se reunirá posteriormente com as autoridades do Congresso e da Corte Suprema de Justiça. Depois, irá a um almoço que será oferecido por Macri no Museu do Bicentenário.

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    À tarde, Bolsonaro participará do encerramento de um seminário da indústria da defesa na sede da embaixada do Brasil em Buenos Aires e se encontrará com empresários argentinos em um hotel da capital.

    Enquanto isso, na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, as organizações do movimento #ArgentinaRejeitaBolsonaro darão início aos protestos contra o presidente brasileiro, acusado por elas de fazer uma “contínua apologia à tortura e à discriminação”.

    Fontes do governo brasileiro ouvidas pela agência Efe minimizaram a importância dos protestos ao destacar que “as manifestações são normais em uma democracia”.

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    Bolsonaro chega à Argentina em um momento no qual o clima político local está agitado pela definição de candidaturas para as primárias de agosto, que definirão as chapas que disputarão as eleições presidenciais de outubro.

    Na entrevista ao jornal La Nación, Bolsonaro disse que espera que os argentinos “elejam um candidato de centro-direita” e alertou sobre o “risco” da volta de Cristina Kirchner ao poder.

    Esta não foi a primeira vez que Bolsonaro critica a ex-presidente argentina, que será candidata à vice na chapa de Alberto Fernández.

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    A visita de Bolsonaro também ocorre em um momento crítica para a Argentina, que está imersa em uma crise econômica desde o ano passado, com altos índices de inflação.

    A Argentina registrou nos cinco primeiros meses deste ano um saldo positivo de 211 milhões de dólares no comércio com o Brasil, maior parceiro do país.

    No entanto, em maio, a Argentina comprou 127 milhões de dólares a mais do que vendeu, gerando temor que se repita o déficit de 4,2 bilhões de dólares registrado na balança comercial com o Brasil em 2018.

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    (Com EFE)

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