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Bolsonaro reforça apoio a Trump e volta a criticar Biden por Amazônia

'O candidato democrata, em duas oportunidades, falou sobre a Amazônia. Aí sim uma interferência', questionou

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 nov 2020, 12h34 - Publicado em 4 nov 2020, 12h10
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  • A apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a reforçar na manhã desta quarta-feira, 4, seu apoio ao presidente americano, Donald Trump, além de provocar o democrata Joe Biden.

    A fala do presidente aconteceu após um apoiador perguntar se ele estaria tentando interferir no embate nos Estados Unidos, após expressar reiteradamente seu apoio a Trump. Bolsonaro minimizou as alegações, afirmando que: “Até porque, quem somos nós para interferir, né?”.

    “Preferência, acho que todo mundo tem. Não vou discutir com ninguém. Quem é democrata, quem por ventura torce para os republicanos. Mas vocês sabem minha posição”, afirmou. “Isso não é interferência, tenho uma boa política com o Trump, espero que ele seja reeleito. E o Brasil vai continuar sendo o Brasil, sem interferir em nada”.

    Na crítica a Biden, Bolsonaro relembrou falas recentes do democrata envolvendo a Floresta Amazônica e a proteção ao meio ambiente. 

    “O candidato democrata, em duas oportunidades, falou sobre a Amazônia. Aí sim uma interferência de fora para dentro”, questionou Bolsonaro.

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    Em entrevista recente à Americas Quarterly, Biden afirmou que, caso eleito, sua administração “reunirá o mundo” para pressionar o governo brasileiro a proteger a Amazônia.

    “Os incêndios que varreram a Amazônia no verão passado foram devastadores e provocaram uma ação global para interromper a destruição e apoiar o reflorestamento antes que seja tarde demais”, disse, ao ser questionado se os Estados Unidos deveriam tomar algum tipo de ação caso o Brasil falhe na proteção da floresta.

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    O presidente Bolsonaro deve saber que se o Brasil deixar de ser um guardião responsável da Floresta Amazônica, minha administração reunirá o mundo para garantir que o meio ambiente seja protegido”, afirmou Biden ao site da publicação. 

    A publicação ainda perguntou ao democrata se sua administração seria favorável a acordos de livre-comércio com países latino-americanos, especialmente com o Brasil. O candidato afirmou que qualquer negociação de pacto deverá garantir a criação de empregos nos Estados Unidos, proteção dos trabalhadores americanos e levar em conta as preocupações com o meio ambiente.

    O democrata também há havia ameaçado o Brasil com sanções econômicas por conta de incêndios florestais em fala durante o primeiro debate presidencial, em 30 de novembro. “Parem de destruir a floresta. E, se vocês não pararem, vão enfrentar consequências econômicas significativas”. 

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    No final de outubro, Juan González, conselheiro para a América Latina do ex-vice-presidente durante seus anos na Casa Branca, já havia alertado nas redes sociais para a degradação das relações entre Brasil e Estados Unidos caso o democrata saia vitorioso das eleições presidenciais de 3 de novembro e o governo de Jair Bolsonaro deixe de cumprir com suas obrigações de resguardar o meio ambiente e os direitos humanos.

    “Qualquer pessoa, no Brasil ou em qualquer outro lugar, que pensa que pode promover um relacionamento ambicioso com os Estados Unidos enquanto ignora questões importantes como mudança climática, democracia e direitos humanos claramente não tem ouvido Joe Biden durante sua campanha”, escreveu González no Twitter.

    Biden chegou ainda a falar em levantar 20 bilhões de dólares para “salvar” a Floresta Amazônica, proposta que Bolsonaro qualificou de “lamentável” e “desastrosa”.

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    As eleições americanas, com as urnas encerradas na terça-feira 3, segue ainda sem um vencedor claro.

    Às 6h desta quarta, Joe Biden somava, segundo a agência de notícias Associated Press, 224 dos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral americano. Trump, por sua vez, somava 213 pontos. Nesse sistema, cada estado recebe um certo número de votos baseado no tamanho de sua população. Há 538 votos em disputa, e o vencedor precisa receber 270 deles ou mais.

    Grande parte dos votos que ainda não foram contabilizados são aqueles enviados pelo correio. As sondagens mostram que os eleitores democratas utilizaram mais esse método para ir às urnas.

    Apesar da falta de conclusão da apuração, o presidente Donald Trump já se declarou vencedor na manhã desta quarta. O republicano acusou o partido adversário de fraude eleitoral, mesmo sem provas, e prometeu ir à Suprema Corte para parar a contagem de votos no país.

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