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Bolsonaro sobre Eduardo: ‘telefonema simples’ para Trump basta

Na Argentina, presidente afirmou ainda que antigos embaixadores do Brasil nos Estados Unidos não fizeram 'nada de bom'

Por Da Redação
Atualizado em 17 jul 2019, 18h38 - Publicado em 17 jul 2019, 17h48

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 17, que os Estados Unidos já foram informados sobre a indicação de seu filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo de embaixador em Washington. O líder brasileiro disse ainda que “um telefonema simples” para o presidente americano Donald Trump bastaria para convencer o republicano sobre a nomeação.

“Acho que já foi feito o comunicado aos EUA. Um simples telefonema meu para o Trump, que já me franqueou a palavra… Nem precisa falar isso para ele. Eu tenho certeza que ele dará o sinal positivo”, disse ele, lembrando ainda que a aprovação do nome do filho depende do Senado.

A jornalistas em Santa Fé, Argentina, onde participa de uma reunião de cúpula do Mercosul, o presidente criticou a atuação das embaixadas brasileiras nos Estados Unidos nos últimos anos. “Se pegar de 2013 para cá, o que os embaixadores fizeram de bom pra nós? Nada”, disse.

No período citado por Bolsonaro, a embaixada brasileira em Washington foi comandada por ao menos três diplomatas que se tornaram ministros das Relações Exteriores: Antonio Patriota, Mauro Vieira e Luis Alberto Figueiredo, nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Sergio Amaral, que deixou o posto neste ano, foi porta-voz e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo de Fernando Henrique Cardoso.

O posto de embaixador nos Estados Unidos é o mais importante da diplomacia brasileira no exterior. Há mais de cinquenta anos, porém, as designações têm recaído em diplomatas no topo da carreira com experiência comprovada em negociações políticas e econômicas. Sete deles foram ministros de Estado antes ou depois da passagem por Washington. O último não diplomata a assumir o posto foi o ex-governador da Bahia Juracy Magalhães, entre 1966 e 1967.

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Nesta quarta, Bolsonaro sinalizou que a nomeação de um filho de presidente para o cargo de embaixador poderia acelerar o acesso ao presidente do país em questão. “Imagina se o filho do Macri quisesse ser embaixador no Brasil. Ligando pra mim, quando ele seria atendido? Amanhã, semana que vem ou imediatamente? Essa é a intenção”, disse.

Ele voltou a elogiar Eduardo. Segundo o presidente, após a eleição em que “teve uma enxurrada de votos”, o filho “ganhou notoriedade, rodou o mundo e tem amizade com a família Trump”. Além disso, afirmou que o filho só fritou hambúrguer nos Estados Unidos para bancar sua estadia no país e frisou que Eduardo está com “inglês muito bom”.

Antes de iniciar a coletiva, Bolsonaro brincou com os jornalistas apontando o filho mais novo, Jair Renan, que o acompanhou na viagem à Argentina. “Já conhecem o novo embaixador?”, disse, rindo. “Ele está aprendendo”, completou.

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A oposição ao governo de Bolsonaro no Senado conta os votos para barrar a indicação do filho mais novo do presidente. Nos cálculos do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na casa, seu grupo tem, hoje, os 41 votos suficientes para impedir a nomeação.

(Com Estadão Conteúdo)

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